Santos 3.0
Em 1995, um grupo de amigos que fosse aos Santos em Lisboa tinha duas soluções: ou partiam todos juntos ou combinavam uma hora e um local de encontro - tudo muito bem definido.
Em 2000, um grupo de amigos que fosse aos Santos em Lisboa tinha duas soluções... mais uma: eram raros (pelo menos comparativamente com os dias de hoje) mas, se a rede não estivesse saturada, em último recurso começavam a surgir os telemóveis e as sms.
Em 2005, um grupo de amigos que fosse aos Santos em Lisboa tinha de certeza as três opções, embora ainda não existissem Moches e Extravaganzas: não dava para estar a falar indefinidamente e era preciso que a rede não saturasse, mas a liberdade de comunicação tinha atingido o seu limite.
Tinha?
Em 2011 um grupo de nove pessoas decidiu ir aos Santos em Lisboa. Uma parte do grupo partiu às 19h e a outra partiu mais tarde. Ponto de encontro? Nenhum. Horas para o ponto de encontro? Quando calhasse. Apenas a certeza que íamos jantar todos juntos.
"Ah ah ah" - diz o grupo de 1995 ao ler isto, enquanto formata mais uma disquete.
Quando o grupo mais atrasado decidiu ir ao nosso encontro, telefonou? Não. Mandou sms? Não. Algures no meio de Alfama um de nós publicou no Gmaps a nossa posição. Do outro grupo um dos elementos conseguia ver a nossa posição (e nós a deles) em tempo real. Sem complicações, no meio da confusão típica dos Santos, apenas foi necessário um telefonema (de borla, que o moche é fixe) para o ajuste final.
É assustador? É, mas ontem deu jeito.
Por fim, ir aos Santos é quase como ir ao Colombo: se ficarem mais de 15 minutos acabam por, no mínimo, ver uma cara conhecida - neste caso foram seis. Só que no Colombo os restaurantes não estão isentos de IVA: "é a conta, se faz favor - Com certeza! *tira caneta e papel pautado, A6* - É tanto". Ah pois.
PS: nada contra bifanas isentas de IVA quando preenchem as lacunas do jantar e são por uma boa causa. ;)
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