quinta-feira, junho 23, 2011

Contos

Grandes histórias do cinema foram contadas em trilogias: desde o megalómano "Star Wars" ao clássico "The Godfather".

"Não há duas sem três" - falta assim uma última história para encerrar esta aventura sobre clássicos de contos infantis.


A Capuchinho Castanho-Claro

Era uma vez a Capuchinho Castanho-Claro.

A Capuchinho Castanho-Claro era prima da sobejamente conhecida Capuchinho Vermelho. Sendo muito mais nova, aprendeu desde cedo a respeitar a floresta e os seus perigos. No entanto, com medo do que lhe pudesse acontecer, nunca ninguém a mandara fazer recados fora da aldeia.

Certo dia, já crescida, a Capuchinho viu-se confrontada com a necessidade de atravessar a floresta. Estava um belo dia de sol e parte do caminho, em campo aberto, foi feito em passo apressado. Mas a luz do dia contrastava com o ambiente misterioso da floresta e, chegada à sua beira, parou.

Sentou-se então à espera. Haveria de passar um caçador ou um lenhador que decerto a protegeriam e fariam companhia. Ainda nem meio-dia era -- não tinha pressa.

"Bom dia!"

Apanhada completamente de surpresa a Capuchinho Castanho-Claro olhou e em vez do lobo... viu um leão!

Pálida, ficou sem palavras.

"Bom dia!" - tornou o leão - "diz-me Capuchinho, por quem esperas?"

Silêncio.

"Também espero por alguém para atravessar esta floresta. Vamos?"

Silêncio.

"Perdoa-me se te assustei - mas se não viesse falar contigo, então, de certeza, nenhum de nós atravessaria esta floresta. O sol já vai alto e de noite, sozinhos, nenhum de nós o fará."

"Diz-me leão, porque devo confiar em ti, que és mais forte que o lobo? Diz-me leão, porque não arriscas entrar nesta floresta sozinho, a ti que todos respeitam? Não faz sentido o que me pedes." - disse a Capuchinho Castanho-Claro.

Ouvindo isto, o leão afastou-se e deitou-se tranquilamente ao sol.

"Que fazes?"

"Se me for embora vais pensar que te quis enganar - não quero. Se ficar aí de pé, ao teu lado, vais sentir-te pressionada - não o desejo. Vês-me daí, saberás que ainda aqui estou. Se mudares de ideias, chama-me."

"E se eu não te chamar? Vais ficar aí para sempre?!" - estranhou a Capuchinho Castanho-Claro.

"Não."

 Passaram-se mais algumas horas -- o leão continuava a dormir, a estrada permanecia vazia e a Capuchinho Castanho-Claro mantinha-se atenta.

A certa altura, a meio da tarde, ouviu-se um latido vindo da floresta. Era um dos caçadores que voltava a casa, acompanhado pelos seus cães. Parou para cumprimentar a Capuchinho Castanho-claro quando, assustado, se apercebeu da presença do leão. Sem hesitar, preparava-se para lhe atiçar os cães quando...

"Não!" - gritou a Capuchinho Castanho-Claro, parando-o a tempo. Tinha acabado perceber aquilo que o leão sabia desde inicio - a floresta era tão perigosa para ela como para ele. No fundo... procuravam o mesmo.





Moral da história: Deixo isso ao vosso critério, estejam à vontade para comentar.

2 Comentários

At junho 26, 2011 2:15 da tarde, Blogger Joana Marto said...

Começo a ficar preocupada... Mas estou confiante que possas voltar aos originais a tempo dos nossos filhos :P

 
At junho 27, 2011 8:42 da tarde, Blogger Gervasio said...

ah ah ah!

Com histórias deste calibre, quem é que precisa dos clássicos?

:)

 

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