JC
Vinte e cinco de Abril de dois mil e dez, onze e meia da manhã, lá no café onde, melhor que os pastéis, só as conversas.
Tento explicar a duas amigas que, não havendo tempo para conhecer todos os livros e ouvir toda a música, aplico uma regra simples: optar pelos clássicos. Tentei explicar também quais eram os meus géneros de música preferidos e porquê.
Gostos não se discutem, dizem, mas a conversa - interessante - continuou no sentido de me mostrarem que possivelmente estaria a deixar passar ao lado boas referências. E falaram-me em John Mayer e Jamie Cullum.
Saltemos uma parte da história.
Na passada Sexta-feira fui ver Jamie Cullum ao vivo no Cascais Cool Jazz Fest. A primeira parte ficou a cargo da Luísa Sobral, com apresentação da equipa das manhãs da Radio Comercial.
O local - no hipódromo Manuel Possolo - aprovado.
O ambiente, muito bom.
O som, deve ter sido o melhor em dezenas de concertos a que já fui.
Com todas as condições reunidas, só se pedia que o Jamie estivesse ao nível, embora eu não soubesse que nível era esse: mal conhecia Jamie Cullum.
Voltemos à história. Voltemos ao dia em que eu tive dúvidas que viesse a gostar de Jonh Mayer ou de Jamie Cullum: Gervásio que estás aí em Abril de 2010, deixa-me dizer-te que este foi um dos melhores concertos a que hás de ir.
Uma energia em palco surpreendente, uma banda de apoio excelente, uma capacidade de interacção com o público exemplar, o domínio do piano e a emoção posta na interpretação - foi a segunda vez que vi um cantor a perto de se emocionar no final de uma música (Gran Torino) - deixaram-me, a mim que me esforcei por ir sem preconceitos, convencido.
A set-list incluiu alguns convers - como a Come Together dos Beatles, Don't Stop the Music, da Rihanna, High and Dry, dos Radiohead e a Wind Cries Mary, do Jimy Hendrix - o que acabou por ser um bónus para quem, como eu, não conhece bem a discografia do Jamie Cullum. Irrepreensível.
(o vídeo não é da minha autoria)
Os primeiros minutos deste vídeo são um bom exemplo do ambiente.
Em relação ao resto, a Luísa Sobral esteve muito bem - embora tenha que aprender a falar com o público. A certa altura senti-me como se estivesse a ouvir um jogador de futebol a dar uma conferência de imprensa.
A desilusão acabou por ser a equipa das manhãs da RComercial, que gosto bastante de ouvir. Tirando a oportunidade de os ver ao vivo (no fundo, é estranho não conhecer as pessoas que me acordam de manhã...!), a Vanda, o Vasco e o Pedro (o Markl não estava), pareciam três crianças num teatro de escola, a quem deram um microfone para improvisar.
EDIT: Set-list do concerto
1. Photograph
2. I Get A Kick Out Of You (Cole Porter cover)
3. Get Your Way
4. Not While I'm Around
5. Come Together (The Beatles cover)
6. Twentysomething
7. If I Ruled The World
8. Don't Stop The Music (Rihanna cover)
9. I'm All Over It
10. Mind Trick
11. These Are The Days
12. Wheels
13. What a Difference a Day Made
14. Love Is A Losing Game (Amy Winehouse cover)
15. High and Dry (Radiohead cover)
16. Mixtape
Encore:
17.Everything I Know Is You
18.The Wind Cries Mary (The Jimi Hendrix Experience cover)
Encore 2:
19.Gran Torino
12 Comentários
Querido Gervásio, quase me emocionaste foi a mim!!! :)
Freud devia saber explicar isto bem, mas eu não sei porquê, muito longe do sentimento de "eu bem te avisei", fico contente por amigos partilharem gostos e experiências comigo!! :)
Só há mesmo uma coisa a acrescentar: ao próximo vamos juntos!
ps- ouve all at sea, vais gostar (acredita)
Querida Joana,
Sempre aprendi que a teimosia é sinal de pouca inteligência - considerando o (bom) gosto de quem me fez a recomendação não tinha outra hipótese ;)
"O próximo vamos juntos" - vamos!
Assim é que é, que o rapaz, leia-se o Jamie, merece! Sobra-lhe em talento o que lhe falta em altura. lol
E se continuares a seguir bons conselhos, um dia ainda veremos aqui um post sobre música brasileira ;) Há todo um mundo a descobrir!
bjs
Pois... música brasileira... é provável que vos exija um esforço muito maior :)
Teimosia é sinal de quê?
Ah ah ah
Joana,
"Teimosia é sinal de pouca inteligência"
Parece-me que o meu comentário anterior não foi claro:
Nunca me ouviste dizer (ou escrever) que "jamais" à música brasileira ;)
Isso não invalida que seja um estilo que me custe mais a apreciar (provavelmente por falta de boas referências).
Naturalmente, se a experiência que eu tenho com música brasileira não é positiva, isso acaba por exigir mais esforço de quem me arranja as referências (critérios mais restritos de selecção) e mais esforço também para mim, porque me obriga a ignorar os preconceitos que acabam sempre por se formar.
A minha disponibilidade para conhecer é a mesma de sempre: total :)
Fico à espera de um mail ;)
Eu queria ter ido...
Não te preocupes que ele parece que gosta disto e quer voltar.
(E pelos vistos também tens companhia garantida)
Meu caro, tu que até partilhas gostos similares aos meus já deverias ter descoberto o Jamie há mais tempo!!! Estive muito tempo à espera do concerto e eu que nem sei as musicas todas de cor, o que nem sempre é necessário quando se gosta de música e se vai disponível para absorver o que o artista tem para nos dar, devo referir que o concerto foi extraordinário :) Presenciaste um momento mítico ;)
Ah Ah!
Realmente foi extraordinário e não, eu também não conhecia praticamente nada.
Welcome back! :P
Thanks man, esqueci-me de dizer que qundo vi este título pensei no Senhor, o Jesus ;) e eu ui religion issues... mas vai-se a ver e é o senhor Jamie :)
Feels good to be back, you can return to my place 2 ;)
Amigo,
quando começares a tocar bossa-nova vais ver como morde a música brasileira.
Próximo lanche podia ser uma viagem a esse mundo :) Não negues à partida uma ciência que desconheces. Já sabes, faço-o por ti :)
Bjs
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