Venha cá!
"There's no such thing as bad publicity."
Ainda há muito pouco tempo, num almoço com colegas de trabalho, havia quem defendesse que a capacidade de elaborar um raciocínio crítico (devidamente fundamentado) era um dado adquirido para uma percentagem significativa da nossa sociedade.
Quis o Pingo Doce mostrar que, claramente, não é assim.
Antes de mais, de facto, a campanha do Pingo Doce é genial. Imoral, um atentado à dignidade, mas genial.
Tenho visto muita gente (em particular o BE e os sindicatos), reagirem contra o atentado que foi contra os direitos dos trabalhadores. Ainda que possa estar de acordo com eles, é mesmo este o maior dos problemas?
Se não tivesse havido campanha o problema mantinha-se. Então porque é que a campanha do Pingo Doce é particularmente mais grave?
O problema com esta campanha é que o desespero de uma parte significativa da população, afectada pela crise, foi usada como arma para fins políticos.
É conhecido o diferendo entre as cadeias de supermercados e os sindicatos sobre o 1º Maio. Porque não ter feito a campanha a um Domingo? Porquê precisamente a 1 de Maio?
No dia seguinte aproveitei e ouvi o "Forúm TSF", precisamente sobre este tema. Ainda pensei que ia ouvir relatos como:
"Infelizmente, dada a situação que estou a passar, tive que aproveitar esta campanha - ainda que discorde com a forma como o Pingo Doce geriu a situação".
Surpreendentemente, ou não, a grande maioria dos comentários resumia-se em:
"Não percebo porquê tanto alarido à volta desta campanha. O Pingo Doce num dia já fez mais que o governo. Eu fui e aproveitei!".
E é por comentários como este que eu não posso deixar de admitir, com muita pena, que a campanha do Pingo Doce foi genial. Ainda que hajam vozes que levantem contra a forma como foi feita, vai haver sempre - talvez muitos mais - quem passe a olhar o Pingo Doce como uma empresa que até "se preocupa com as pessoas" (sic).
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