segunda-feira, janeiro 14, 2008

Diz-me como escreves

Tenho por hábito ler as notícias de primeira página no SAPO.
É uma maneira rápida e simples de estar a par das notícias de maior relevo.

No entanto, por vezes, estas notícias chamam-me a atenção pelos motivos errados.

Pediu Livro de Reclamações e acabou condenada em tribunal por "pôr em causa o prestígio" do restaurante

Ena pá! Que escândalo! Depois de proibirem o comum cidadão de fumar em espaços fechados, onde coitado, não incomoda ninguém, só faltava uma pessoa arriscar-se a ser processada por utilizar o "Livro de reclamações".

Começamos a ler o primeiro parágrafo e tudo confirma o título.

Uma mulher que em 2005 pediu o Livro de Reclamações num restaurante de Matosinhos aguarda ainda o resultado da queixa, mas já foi condenada em tribunal por "pôr em causa o prestígio, crédito e confiança" do estabelecimento.

Uuh. Medo!

Tanto vocês como eu devem estar aterrorizados. Isto é o fim!

Esta notícia para mim era algo de verdadeiramente incrível e nem queria acreditar no absurdo da situação. Felizmente li até ao fim;

De acordo com a sentença do caso, a arguída foi condenada porque "disse repetidamente, em tom exaltado e de modo audível para as demais pessoas que se encontravam no restaurante àquela hora, nomeadamente que a comida não prestara e que nunca tinha sido tão mal servida"

E pronto. Depois de ler isto esta notícia tornou-se numa não notícia. Se a proprietária não reagiu bem ao recusar o livro de reclamações, muito menos a cliente tinha o direito de armar uma feira. Para resolver as coisas existe a GNR e a PSP.

Resumindo? Perdi o meu tempo a ler lixo e, mais espectacularmente, consegui fazer-vos perder tempo com a minha perda de tempo! Sinto-me compensado!

Ok, agora a sério. Quando é que aprendemos realmente a dar valor aquilo que interessa? Quando é que a palavra "civismo" entra na mentalidade da nossa cultura?!

Preparava-me eu para escrever este post e leio nas notícias do SAPO:

ASAE: Feirantes exigem pedido de desculpas por causa do treino militar para intervir em feiras

Bolas
pá! Logo os feirantes, fogo!

O presidente da ASAE disse à Lusa que apenas 14 dos 300 inspectores do organismo participaram em acções de formação [...]

[...] esta formação não foi feita especificamente para os inspectores da ASAE [...] e que os 14 inspectores participaram em regime de voluntariado.

Parece-me que algo não faz sentido...E vem agora a parte mais ridícula de todas:

Fernando Sá referiu-se especificamente a uma notícia do canal de televisão privado SIC.
"A notícia (da SIC) referia que este tipo de formação servia para actuar nas feiras", disse.

A sério. Mas agora a sério... Isto é verdade? Há um tipo, que representa os feirantes, e que quer processar a ASAE porque "a SIC diz"? E não se deu ao trabalho de confirmar?

E assim se arma um escândalo!

Consta ainda que, adicionalmente, Fernando Sá tenciona processar a ASAE por posse de artigos ilegais como DVD's e CD's copiados.
"Esses CD's e DVD's foram apreendidos nas feiras pela ASAE. Assim que foram apreendidos passaram para a ASAE pelo que esta agora se encontra em posse de material ílicito."

Só faltava isto, não é? (nota, este paragrafo foi inventado)

2 Comentários

At janeiro 14, 2008 11:42 da tarde, Blogger Roxanne W. said...

Ena pá que post do caraças...ao menos não é sobre o IST, o que é de louvar...
sabes que mais? Viva a liberdade de escrevermos e de lermos o lixo dos outros ou o nosso lixo de livre vontade. Além do mais dizem que para conhecermos os outros temos que vasculhar no seu lixo, não é isso que se faz no CSI????
Será que estou enigmática hoje?cinica? hum, talvez so mais parva

 
At janeiro 23, 2008 12:40 da tarde, Blogger bb said...

hahaha... paulinho, axo k andas c pco trab no ist... andas mt activo por aki...

 

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