sexta-feira, março 23, 2007

Barba Azul - Parte I

[Versão transcrita de memória do conto de Perrault]

Há muito tempo atrás viveu um homem conhecido como o Barba Azul.

O Barba Azul, possuidor de uma vasta fortuna que incluia um castelo integrado numa extensa propriedade, era um cavaleiro muito poderoso. A sua presença era intimidante e, tão curioso como a cor da sua barba, era o facto de todas as mulheres que se casavam com ele desaparecerem misteriosamente.

Certo dia, Fátima, jovem atraente conhecida de Barba Azul, foi informada por seu pai que Barba Azul a queria para sua esposa.

Conhecedora do triste destino das esposas de Barba Azul, Fátima ficou receosa com a proposta que o pai lhe trazia.

"Meu pai, por favor não permitereis que me case com ele!", suplicou Fátima.

"Não sejas tola! Barba Azul é um homem rico e honrado, de certo que dará um bom dote por ti.", disse o pai de Fátima.

Cego pelo dinheiro, pai de Fátima selou o destino da filha.

A festa durou vários dias, como convinha a um homem do estatuto de Barba Azul. O seu poder e esplendor cedo levaram Fátima a esquecer os seus receios.
Barba Azul comportava-se como um homem extremamente atencioso.

Certo dia Barba Azul foi chamado pelo seu rei. O país estava em guerra e Barba Azul, grande cavaleiro, era uma peça fundamental. Sabendo que ia estar fora por tempo indeterminado entregou as chaves do seu castelo à esposa. As chaves eram todas iguais, excepto uma. Tinha um formato mais pequeno.

"Toma, estas são todas as chaves do castelo. Dispõe de tudo à tua vontade. Mas atenção. Estás totalmente proibida de usar a chave pequena que serve para entrar no gabinete que fica no fundo da torre."

Dito isto Barba Azul despediu-se da esposa e pôs-se a caminho.

Assim que se viu sozinha, Fátima chamou a sua irmã e as suas amigas para irem visitar o castelo. Percorreram o castelo todo e admiraram todas as preciosidades que Barba Azul guardava. O resto dos dias eram passados com as amigas e, qualquer que fosse a coisa que estivessem a fazer, a ordem de Barba Azul era estritamente respeitada.

Os dias passavam e a curiosidade tornava-se incontrolável. Nem através do buraco da fechadura Fátima conseguira ver o que quer que fosse.

Certo dia, vendo-se sozinha decidiu abrir a porta. A curiosidade era tal que nem o medo da consequência do seu acto a impediu de avançar.

A tremer, meteu a chavinha na fechadura e abriu a porta do gabinete. O interior estava escuro, pelo que os seus olhos se demoraram a descortinar o interior. Com receio, deu um passo e sentiu o seu pé a pisar uma poça. Olhando com atenção, apercebeu-se que não se tratava de água. Era sangue. Olhou em frente e reparou que jaziam no chão, mortas, todas as anteriores esposas de Barba Azul. Horrorizada, deixou cair as chaves no chão, fugindo para bem longe do gabinete.

Tinha descoberto o segredo de Barba Azul.



[continua amanhã! Já sei que muitos conhecem a história e o final, mas este texto será explicado. Agora estou cansado de escrever. ]

1 Comentários

At março 25, 2007 3:03 da tarde, Blogger Luciana said...

Eu não conheço!!
curiosa...:)

 

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