segunda-feira, março 05, 2007

O meu dia 2 - Parte III

Eis que chegamos ao último capitulo das minhas aventuras do dia 2.

"Jantar com 'festa' "

Recordando as cenas dos últimos capitulos, tive uma aula, depois dessa aula apanhei o metro e fui para casa.

Nessa noite tinha um jantar de anos. O ponto de encontro era às 21h no Vasco da Gama. Preparado para passar uma noite agradável, fui com a F. o JP e o AC comprar a prenda de anos para a aniversariante na meia hora que antecedia o encontro.

Naturalmente, e já a contarmos com isso, o verdadeiro ponto de encontro deu-se às 21.30, pelo que chegamos ao restaurante pouco depois, era o DiCasa que fica no Vasco da Gama.

Até aqui tudo bem, mas assim que chegámos ao Di Casa do Vasco da Gama as coisas começaram a correr gervasicamente.

Ainda antes de pedirmos o que quer que fosse, o AC perguntou à gerente, que se encontrava ao nosso lado, se "podia ligar o ar condicionado, pois está muito calor". E na realidade estava mesmo muito quente... A resposta genial da gerente do DiCasa foi exactamente:

"Pois, está muito calor, agora imagine nós que andamos aqui de um lado para o outro."

Nada de "peço desculpa, o ar condicionado está avariado", para responder escolheu um "ó meu macaco, está caladinho."

E assim começou a aventura...

A nossa amiga aniversariante, a M., tinha combinado um preço com a gerência, uns dias antes, ou seja, cada um de nós, 20 pessoas, pagaria X pelo prato + sobremesa + qualquer coisa que não me lembro, sem bebidas. Subitamente...a mesma gerência tinha esquecido o combinado...! Lá foi a M. falar com eles e tudo acabou por se resolver, mas não deixou de somar mais um ponto negativo...

O tempo passava, recordo que entrámos era por volta as 21:40, e ninguém aparecia para saber o que é que queriamos... Para despachar, acabámos por fazer uma lista que entregamos, na esperança de jantar antes das 23h...

Pouco depois das 23h chegaram os nossos pratos. O único ponto a favor foi o facto de vir tudo ao mesmo tempo, justificando em parte a demora... mesmo assim estavamos a jantar 1:20 h depois de termos entrado...

Já perto do final, mais um belo dialogo entre o AC e a gerente do DiCasa do Vasco da Gama:

"O serviço demorou um pouco..." diz o AC, sem qualquer tipo de provocação [isso asseguro-vos eu..]

"Olhe, chegou tudo ao mesmo tempo, não chegou?? Para a quantidade de pessoas que aqui estavam não era possivel ser mais rápido."

Sinceramente começo a convencer-me que a verdadeira gerente estava amarrada na cave e que aquela era a irmã gémea malvada, com uma intenção clara de destruir o negócio.

Estamos a falar de um grupo de 20 pessoas. Se por acaso não percebem, a resposta certa à afirmação do AC está longe do modelo utilizado. Em vez do "pois, tem razão, mas não nos foi possivel ser mais rápidos" o cliente ainda tem que aturar o génio da gerente com um "ó macaco, vê-lá se estás caladinho que não estou para te aturar."

E eis que chegou o momento critico da noite: a conta.

Estavam na mesa pelo menos cinco pseudo-engenheiros. Qual foi o nosso raciocinio? Foi exactamente:
"bah, até faziamos nós as contas, mas deixa lá ver a confusão que o pessoal de direito arranja".

E arranjou uma grande confusão. Não deixa de ser curioso que a ideia que eu tenho do pessoal de direito se confirma cada vez mais: complicar para reinar. Até tem um fundamento: o engenheiro é treinado para fazer as coisas o mais simples possível, o tipo de direito não. Quanto mais complicado for um texto [ou lá o que for] melhor é...

Até que a gerente apareceu para "as ajudar" a fazer as contas, levando uma calculadora [era 1h da manhã! e já eramos os últimos...]. Bem, eu não percebi bem o que é que aconteceu, mas vi a minha conta inflacionada em 3€ [puramente verídico]. A certa altura a conta, dividida por todos, dava Y,03 €, que a gerente queria arredondar para Y,20€ como forma de gorjeta! Foi aí que "estalou" a guerra.

A gerente começou a ouvir as criticas ao serviço [muito lento, entre outros promenores...]. Qual foi a resposta? A terceira resposta genial da noite?

"Depois disto vou deixar de receber grupos."

PAUSA

A gerente estava a castigar-nos?! "Portaram-se mal, portanto agora já não recebo grupos, meninos maus!!"

Mas...mas...olha que realmente fiquei triste...e agora, onde passaríamos a jantar, se o único restaurante de Lisboa e arredores ia deixar de receber grupos? Como seria a minha vida depois??

Play...

E a discução continuou, sempre com com a gerente a responder "mas comeram todos ao mesmo tempo, não foi?"

Para finalizar, a gerente puxa do seu último trunfo:

"Olhem, pelo preço que vos fiz, vocês comeram de borla. Ainda se queixam??"

Talvez a senhora gerente não tenha noção, mas o preço dela não foi substancialmente mais rentável... A juntar a isso, se havia um acordo ele tinha que ser respeitado, o que implica os clientes serem tratados todos da mesma forma! Virem dizer que o serviço foi pior porque o jantar foi de "borla"...

Nem uma única vez se ouviu, "tem razão, pedimos desculpa."

A situação começou a irritar-me pelo que saí do restaurante com a F., o JP e o AC. Não tinhamos participado na discução nem o queríamos fazer para não armar mais confusão.

Mas a jovem Rox achou que aquilo tinha ido longe de mais e puxou das palavras mágicas...

"Livro de Reclamações".

Visto que a gerente estava a tentar recusar o livro, puxou das palavra mágica:

"DECO".

E aí sim, a gerente boazinha que existe em todas as gerentes do mundo subiu ao de cima.
A gerente do DiCasa do Vasco da Gama, restaurante que fica no último piso e para o qual se sobe por uma escada que diz "BEM-VINDO", desfez-se em desculpas.

Tarde de mais, amiga.

Portanto, já sabem. O DiCasa do Vasco da Gama, restaurante que fica no último piso e para o qual se sobe por uma escada que diz "BEM-VINDO" vai deixar de receber grupos, escusam de lá ir.




EDIT: Podem ver a mesma história mas de outro "ângulo"! Aqui

3 Comentários

At março 05, 2007 8:27 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Caro Gervasio

A tua versão da anedota que se passou na noite da passada sexta feira, não podia ser mais realista. É incrivel o que um grupo de macacos como nós arranja para se divertir numa noite de sexta. Sim, porque no fundo a nossa querida amiga M. pensa em tudo. Jamais deixaria passar a data do seu aniversário sem diversao.

Cumprimentos
A.C.

 
At março 06, 2007 10:34 da manhã, Blogger Roxanne W. said...

há coisas que me fazem explodir mais depressa e a boa educação e a mania que sabem mais que os outros são alguns exemplos!!!! para não falar na acumulação de sucessivos episódios ao longo da noite... um restaurante é mais do que a comida que serve, é principalmente representado pelas pessoas que lá trabalham e que são a cara da empresa! o facto da Sra nos ter imputado um rótulo de "putos" que obedecem a tudo (nomeadamente à cobrança de gorjetas não merecidas) fez-me explodir! e apesar de ter saído de lá a sentir-me a barraqueira e a incómoda que arma confusão pedi o livro!

 
At março 07, 2007 12:49 da manhã, Blogger Mith said...

Realmente são dois conjuntos de palavras que aquecem o coração a muita gente, "Livro de Reclamações" e "DECO"! E acho muito bem que tenham pedido o livro! Se não sabem atender os clientes, que sofram com isso...
Eu estou neste momento numa situação semelhante com o meu fornecedor de internet (Clix -> publicidade negativa!!) e assim que levei o assunto à DECO e ao provedor da Sonae, começaram a pedir desculpa e a garantir a resolução do problema!

 

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