Cenas
O local era o restaurante da estação de autocarros de Viseu. Repito, Viseu.
Era por volta das 11:30 quando, eu, Gervásio Silva, entro nesse restaurante-café decidido a tomar uma refeição ligeira.
Chego ao balcão e ao mesmo tempo que eu chega uma sujeita. Por razões que desconheço, fui o primeiro a ser atendido. Convenhamos que usar uma respeitosa barba não tem só desvantagens...
"Então, o que vai ser?"
"Olhe, queria uma sandes de panado e uma garrafa de água".
"É para levar?"
"Não."
"É para levar?"
"Não, não é para levar."
"É para comer aqui?"
"...sim..."
Podia parecer que o sujeito estava a gozar com a minha cara mas não... vejamos o que se segue:
Depois de me servir atendeu a sujeita ao meu lado. Naturalmente, como a conversa decorreu mesmo ao meu lado não pude deixar de ouvir:
"Então, o que vai ser?"
"Uma sandes de panado e um sumol de laranja natural."
O homem faz a sandes e esquece-se do sumol ao que a senhora, já nos seus 50 anos, lhe diz:
"E era também um sumol de laranja natural".
"Um sumol de laranja?"
"Sim, um sumol de laranja natural."
E eis que o homem se dirige ao lugar dos sumóis e diz:
"mas fresco ou natural?"
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O local era o restaurante da estação de autocarros de Viseu. Repito, Viseu.
Era por volta das 11:30 quando, eu, Gervásio Silva, entro nesse restaurante-café decidido a tomar uma refeição ligeira.
Mas o dia é d+2, onde d é o dia onde o episódio acima relatado aconteceu.
Desta vez o empregado era outro e a conversa que se desenrolou foi idêntica, só que desta vez comi uma sandes de carne assada e um sumol de laranja e ele ouviu tudo o que eu disse muito bem.
Ao meu lado, onde da outra vez estava a senhora, estava um senhor de 50-60 anos. Repito, 50-60 anos.
O senhor e eu acabámos a refeição ao mesmo tempo pelo que pedimos a conta quase simultaneamente. O primeiro a pedir foi ele.
Ao dar o troco o empregado dá-lhe uma pastilha elástica "bubblicios" e diz-lhe qualquer coisa que não liguei. Confesso que pensei "txiii, este senhor a comer pastilha elástica de putos?? Ele tem é idade para comer Trident ou outra pastilha para homens pah!" [ok, não foi exactamente assim, mas a ideia está lá.]
Eis que chega a minha vez de pagar. O troco foi de 0,10€. Eis que me preparava para receber os 0.10€ e ele me diz:
"Olhe...não tenho trocos, vou ter que lhe pagar em pastilhas", apontando para as bubblicios que eu tinha estado a desdenhar.
E eis que respondo muito sério:
"E tem pastilhas de quê?"
"Olhe, tenho menta, gelado, iogurte"
Gelado? Iogurte?? Eu não digo que aquilo é pastilha de putos?!
"Hum, err, quero de menta."
E foi assim, que no café-restaurante da estação de autocarros de Viseu estive por duas vezes em contacto com a Twilight-Zone.
PS: e se em vez de 0.10€ fossem 0.50€ ? hum..
[o troco foi duas pastilhas].
6 Comentários
aahahah! grandes aventuras que geram grandes posts!
gostei do pormenor "Naturalmente, como a conversa decorreu mesmo ao meu lado não pude deixar de ouvir"!!ehehhe;)
se calhar as pastilhas estavam passadas do prazo,e está foi a maneiro do empregado as despachar e ainda ganhar 10 cêntimos:)
Só a ti te acontecem destas!!! =)
loool. Luciana, és capaz de ter razão. Aliás, fui ver e descobri que as pastilhas elasticas não tem prazo marcado ... hum, e agora?
Jp, já sabes comé! :P
"Repito" a ti.
hum...pois, assim tenho que arranjar uma outra teoria da conspiração:)! ou então estiveste mesmo só em contacto com a Twilight-Zone:))!
No outro dia aconteceu kase o mesmo na papelaria fernandes de um centro comercial que por acaso foi (ou ainda é?) o maior da Peninsula Iberica, já dp de ter lido o teu post... ficou a dever-me 2 centimos... entredentes sussurrei a quem me acompanhava se por acaso não teria pastilhas para a troca :P ... só n disse alto porque a pessoa não iria perceber a piada :P
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