Maçagens
Consegui, finalmente, acabar de ler o livro que demorei mais tempo a ler até hoje.
Quatro meses para "As Vinhas da Ira" de Steinbeck.
Não pretendo converter-me num crítico literário mas, embora reconhecendo um grande valor à obra, o facto de ser extremamente deprimente, juntamente com o facto de estar a viver o mais cansativo semestre de sempre, fez com que atingisse este belo recorde.
Enquanto lia as últimas páginas vejo, para meu espanto, a seguinte palavra escrita três vezes seguida: maçagens.
Preparei-me para ir buscar o álcool e o isqueiro, pronto para fazer um grande chavascal, quando, num relâmpago de lucidez vim procurar na net pela palavra maçagens.
Segundo as cyberdúvidas do Sapo:
Massagem é um neologismo de origem francesa que ocupou o lugar de maçagem e que tem uma aplicação mais ampla do que o vocábulo mais antigo.
Resumindo, se não quiserem clicar no link, maçagem pelos vistos existe e eu poupei um livro.
[este post é especialmente dedicado à JM que, espero eu, ao ver o título do post ia tendo um ataque cardíaco! =D]
11 Comentários
Não encontro a palavra maçagem no meu... li este livro com 15 anos... deprimente parece um eufemismo para o estado de alma que este livro induz. O que leste também é da colecção dois mundos?
Não, por acaso este era de uma edição de livros do Público. A edição até está bastante boa, mas realmente não percebo o que é que deu à tradutora para escrever maçagem...
Maçagem, s.f. Acto de maçar o linho.
Maçar, v.tr. Bater com o maço ou maça em; bater em; pisar; importunar.
Em "Novo dicionário da Língua Portuguesa para os estudantes e para o povo", de Francisco Torrinha, editorial Domingos Barreira, Porto, 1954.
Sem dúvida, a palavra existe!!!
Bem, quanto à existência da palavra fiquei esclarecido!
Reparo só num promenor: a palavra "maçagem" no livro referia-se mesmo a massajar uma parte do corpo. Para que não restem dúvidas:
"Os dicionários que registam as formas mais antigas do Português apresentam ainda maçagem como «acto de maçar diferentes partes do corpo para activar a circulação e amaciar os músculos e os nervos»."
Gosto particularmente do nome desse dicionário
"Novo dicionário da Língua Portuguesa para os estudantes e para o povo"
o que me sugere fazer um
"Novo dicionário de Língua Portuguesa para os estudantes, para o povo, para a burguesia, para a nobreza, mas não para o clero nem para a família real nem para aqueles que acham que a OTA é um bom lugar para se fazer um aeroporto"
=P
Bem eu n sou a JM mas ia tendo um colapso quando vi o título do post e pensei curto-circuito na certa, mas afinal existe... é uma palavra homófona portanto e a sra confundiu-se!mas a razão do meu post é de protesto pois acabaste o livro 1º que eu...não sei se esse tambem tem 600 págs mas eu heróicamente ja vou na 200!!!! e estou a gostar!:P
Cara Rox,
maçagem não é só uma palavra homofona. Como esclareci no comentário acima, também era usada com o mesmo significado de "massagem".
O livro não tinha 600 páginas...tinha +- 580... =P
Tás a gostar do livro ou já te tas a entender melhor com o Sr.Kafka?
o Sr Kafka é o personagem do livro...estou a gostar do livro embora seja diferente do que tenho andado a ler nestes últimos tempos, além do mais a referência cultural é totalmente nova para mim. Passa-se tudo no Japão e às vezes sentes-te a receber demasiada informação ao mesmo tempo, a dos personagems e do ambiente totalmente novo para ti. mas estou a gostar da escrita e principalmente da imagética!no fim digo se recomendo! ;P quanto ao outro Kafka...ai...temos que trabalhar o nosso relacionamento num terapeuta!!
Eu já tentei ler "O Processo" de Kafka... Não consegui acabar X_X
Rox
tas-me a dizer então que o Kafka do livro não tem nada a haver com o Kafka escritor?
K.
é natural que não o tenhas acabado! o livro não está completo! =D =P
Enfim, eu li o "Processo" e embora também o ache pesado gostei. Mas preferi "O Castelo".
verdade gerva..já te tinha tendado dizer isso no outro dia!este foge de casa aos 16 e anda pelo Japão a fugir da polícia...acaba (neste momento da leitura) a viver numa biblioteca mas ainda faltam muitas páginas dá para ele morrer e ressuscitar mtas vezes, ou se fosse um livro do Dan Brown o mundo explodia mas ele não morria pois tinha-se protegido com uma cartolina!(crítica aos finais colados a cuspo evidentes como no caso do Anjos e Demónios)
Gervásio, confesso que já vim prevenida, mas ainda assim não dava para tanto por três motivos (mas fico emocionada que tivesses dedicado este título para me fazeres sentir algo no coração!):
1º penso que sabia estes significados inerentes à palavras, embora duvidasse que tu soubesses =P ;
2º vindo de ti, fazeres mais este erro não me ia afectar, perdido por cem, perdido por mil, acharia um acto normal;
3º ao ler, o meu primeiro pensamento seria "mais uma vez ele usa da ironia para começar um blog, forçando um erro, embora não me espantasse que ele na realidade o fizesse" =P
Pois gostei de voltar ao blog, e oxalá tenhas mais vezes esta iniciativa de CONSULTARES UM DICIONÁRIO que pensei que fosse coisa que não fizesses. Isto prova, que o fazes quando te assaltam dúvidas (bom sinal!) o que paralelamente prova que quando dás erros é com a convicção de que estão certos :S É com esta expressão de levantar os olhos ao céu e dizer "PORQUÊ???? OH! PORQUÊ?!" que eu tento não ver os teus erros!
=P
Beijão!
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