segunda-feira, agosto 27, 2007

Intra Rail - Dia 4 - Parte II

Jantar do dia 4 - Porto

Um jantar peculiar - introdução

Em parte, o sucesso desta viagem deveu-se ao método usado para visitar as cidades: para cada cidade foram previamente designados um ou dois guias, sendo essas pessoas responsáveis por programar as visitas ou qualquer assunto relacionado com a cidade.

Qual era a minha cidade? Braga.

Braga seria a única cidade onde não dormiríamos, trazendo-me um problema: onde deixar as mochilas?

Confesso que, estupidamente, não dei o devido valor ao problema. Simplesmente devia ser um problema que nem se devia pôr.

Mesmo depois de ter falado várias vezes com a AM, que vive em Braga, cheguei à tarde do dia 4 sem uma garantia de nada. Comecei então a fazer uma série de telefonemas que me manteve ocupado [mas atento] a tudo o que se passou no jantar relatado em baixo. [podem consultar a lista de telefonemas no final do post]

Acabei por arranjar uma solução com a AM que se tornava muito complicada pelo que ás 22h decidimos não ir a Braga e ir directamente para Guimarães.


Depois desta introdução auto-humilhante e enfadonha ... a relação com o jantar...

O Jantar

Quando viemos das caves do vinho do Porto decidimos jantar na cozinha de alberguista da pousada da juventude do Porto.
Uns [como eu...] optaram por comprar uma lasanha para aquecer no micro-ondas e outros optaram por ir a uma pizzaria e comprar uma pizza para levar para a cozinha.

Enquanto os da pizza tinham ido tratar das pizzas começamos a tratar das lasanhas.

O micro-ondas da cozinha era pequeno. Só permitia uma lasanha da cada vez, para além de indicar que já vários alimentos tinham explodido no seu interior para, quem sabe, regozijo de toda uma nano-sociedade.

Mas este micro-ondas ainda tinha mais uma surpresa para nós, daquelas surpresas fofinhas.

Tínhamos seis [6!] lasanhas para aquecer. Cada lasanha precisava de, pelo menos, 20 minutos. 6*20= 2 horas de festa da lasanha. No entanto, ao fim da primeira lasanha o micro ondas deixou de funcionar! Tentaram de tudo e nada... até que num gesto de desespero... o micro-ondas funcionou... O que era?

A juntar aos 20 minutos [no mínimo!] para cada lasanha, era necessário deixar o micro-ondas arrefecer...

Portanto, eu estava preso ao telemovel, o micro-ondas estava moribundo... podia acontecer mais alguma coisa? Claro.

Os das pizzas [4] tinham voltado e riam-se da nossa cara. A certa altura o Fsp vira-se para a S. e a R. e diz-lhes:

"Epah, sabes, o tipo das pizzas cobrou-nos 0.50€ por cada caixa..."

"O quê? Sem avisar? 0.50€ por uma caixa? Mas está tudo doido? Vou lá devolver a caixa para o homem não se armar em parvo.", responde a S., indignada.

"Epah ó S. não te metas nisso!", dizemos todos.

"Nãaa, vou lá e é agora. Se for preciso vou sozinha.", diz convictamente a S. Não foi sozinha, levou a R. que mostrava tanta convicção como ela.

"Txii, o empregado não era nada simpático...", diz o Fsp.

"...uii, vão ser desfeitas ali... foi a última vez que as vimos... não as devíamos ter deixado ir sozinhas... não vão conseguir nada e o gajo ainda se vai rir na cara delas..."

A certa altura entram duas jovens muito decididas e uma delas manda uma moeda de 0.50€ para o meio da mesa.

"ENTÃO?! Como foi!?!"

"Foi simples, cheguei lá e disse que queria devolver a caixa porque já não precisava dela... Ele nem disse nada, tirou os 0,50€ e deu-nos", contou a S.


Xeque-mate!


Lista de telefonemas:

- Pousada da juventude de Braga - não aceitavam mochilas e não sabiam de nenhum sítio que aceitasse...;
- CP - a central dizia que a estação de comboios não tinha cacifos;
- Hotel da Estação [hotel que fica ao pé da estação de comboios] - como não éramos hospedes dependia do recepcionista;
- Estação de autocarros - não tinham nada;
- Posto de turismo - o número não funcionava;
- AM - o meu contacto em Braga;
- 118 - quatro telefonemas:
1. para saber o número da CP;
2. para saber o número do posto de turismo [que não funcionava]
3. outro para saber o número do Hotel da Estação
4. mais um para saber o número da estação de autocarros;

segunda-feira, agosto 20, 2007

Intra Rail - Dia 4 - Parte I

Dia 4 - Porto

Era o segundo dia de visita ao Porto.
Depois de um primeiro dia bastante interessante, as expectativas estavam em alta.
Logo de manhã fomos até ao centro da cidade. Passámos pelo Rivoli [onde está em exibição o Jesus Cristo Superstar] e fomos ao mercado do Bolhão.

Mercado do Bolhão

Julgo que não estava prevista uma entrada no mercado [corrijam-me os guias do Porto se estiver errado]. No entanto uma proposta do Fsp ao BS mudou as coisas...

"Se fores lá a baixo e disseres a uma das peixeiras 'A sua colega está a vender o peixe mais barato
' pago-te uma cerveja"

O BS aceitou e fomos todos atrás dele, naquilo que pensávamos ser um cortejo fúnebre antecipado.

Cheio de coragem, iniciou um diálogo épico que de extraordinário teve apenas ver as peixeiras todas felizes a cantar um hino ao FCP e a insultarem o SLB. Ninguém ficou ferido quando o BS lançou a provocação. Foi giro.


O passeio prosseguiu pelo centro do Porto; rua Sta Catarina, estação de São Bento, Sé, descida até ao rio.

Foi na descida até ao rio que tirei [finalmente!] uma foto que me agrada.

No canto inferior esquerdo temos o outro fotógrafo de serviço e um dos guias no Porto, o B., que estava a devolver uma bola a um miúdo.

Até aqui nada de impressionante para relatar neste blog até que chegámos à Ponte D.Luís I. Aí tirei a minha segunda melhor foto:


Para o caso de não terem percebido:

Sem comentários! [a segunda foto foi tirada primeiro, do lado do Porto. A primeira foto foi tirada no tabuleiro, precisamente no local onde estão os miúdos]

Depois desta cena surpreendente [pelo menos para mim!] era a hora de ir visitar as caves de vinho do Porto.

Caves de Vinho do Porto

Aí, talvez pelo calor ou pelo cansaço, entrámos na discussão mais "cómica" a que já assisti. Qual das caves é que deviamos visitar?! Sandeman? Offley? Croft? Cálem?

Mesmo à saída da Ponte D. Luís I estão as caves Sandeman que tinham um letreiro a dizer:

"Vencedora do prémio de melhor visita guiada 2006" [ok, se não era isto que estava escrito era parecido].

A lógica mandava que fossemos já a essa. É uma marca com prestígio, estava muito calor para andar a divagar, e era a vencedora de um prémio de visita guiada...

Por motivos que não percebo, nem todos estavam de acordo. "ah, ganhou o prémio só porque está aqui ao pé da ponte e é onde toda a gente vai". Tudo bem, a procura continuou e demos com as caves da Croft.

A visita mais próxima era em Inglês e não se pagava nada, apenas se se quisesse fazer uma prova de vinhos. Era também uma boa escolha porque ninguém tinha problemas com inglês e dava a hipótese de não fazer a prova de vinhos [o que me interessava].

Enfim, tínhamos que arranjar uma solução ainda pior e conseguimos. Caves da Offley.

Estava absolutamente cheia com uma visita de 3ª idade que se comportava pior que uma creche [...!] . A visita em si não é nada de especial pelo que o preço apenas "compensa" pela prova. Resumindo, não valeu a pena [na minha perspectiva, claro...]

Depois desta vista com contornos surreais [principalmente devido ao comportamento da 3ª idade] fomos para a pousada, para um jantar ainda mais surreal...mas isso fica para uma 2ª parte...

sexta-feira, agosto 10, 2007

Intra Rail - Dia 3

Dia 3 - Porto

O dia 3 começou da melhor maneira. Acordar com uma vista esplêndida sobre a Foz não é todos dos dias.


[ok...a foto está de noite porque assim ainda é mais bonito - ISO400 ]

Este prometia ser o dia mais cansativo, mas isso veio a ser uma constante durante os 10 dias.

Depois da alegria de acordar com a vista sobre a Foz, eis o pesadelo da auto-estupidificação: Museu de Serralves.

No museu de Serralves os estudantes estão isentos de pagar entrada. Felizmente...
Não que eu goste de fazer publicidade às minhas limitações intelectuais, mas arte contemporânea não é o meu forte.

Esculturas sonoras? bah...



Esculturas sonoras em casas de banho? baaah...

Valeu pelos jardins!

Depois de levar com um banho de cultura que apenas serviu para desmoralizar, temi o pior: Casa da Música!
Se com o museu de Serralves tinha ficado sem perceber nada, pensei que com a Casa da Música acontecesse o mesmo.

Mas não!

Entrei céptico, saí convertido: a Casa da Música é um espetáculo!

Graças a uma visita guiada ficamos a perceber quais as ideias do arquitecto [nofski, só para ti: Rem Koolhaas] e, sim, desta vez tudo fez sentido. Recomendo.

De volta à pousada, depois de passar pelo parque da cidade, o episódio da tarde:

Ingredientes: Autocarro do Porto que se dirigia para a periferia;
um grupo de 9 jovens [nós!], um dos quais vestido de preto e com cabelo comprido [BS.];
uma senhora com dois filhos pequenos que entra numa paragem.

A senhora trazia compras e os dois filhos de 4-5 anos, pelo que aqueles de nós que estavam sentados se levantaram para ceder o lugar.

Em jeito de brincadeira o BS. mete conversa com os miúdos, que respondem alegremente. Tudo corria em perfeita harmonia, só que, infelizmente, hoje em dia vivemos num clima de suspeição.
Claramente a mãe não achou muita piada a ver os filhos a serem abordados por um jovem que, embora simpático, tinha cabelos compridos e estava vestido de preto.

"-hum...vá Rodrigo, despede-te dos senhores e vamos embora...hum...é já aqui que vamos sair. Váa, anda lá."

E lá sairam numa paragem qualquer, onde ficaram claramente à espera do próximo autocarro.

De noite o roteiro gastronómico obrigava a comer a típica francesinha. Foi nesta noite que, finalmente, andámos de metr...electr...met...elec... metro no Porto.

Como apontamento final, um agradecimento aos condutores de autocarros no Porto pelos momentos de adrenalina. Travagens bruscas, curvas a alta velocidade, enfim, uma alegria.

terça-feira, agosto 07, 2007

Intra Rail - Dia 2

Dia 2 - Coimbra - Porto

O dia 2 começou com normalidade. Durante o pequeno almoço houve uma jovem alemã[?] que rebentou uma garrafa de água de 3 lts ao meu lado, já para não falar da tentativa [falhada] de falar em inglês com um brasileiro [ver post anterior]. Tirando isso tudo em ordem.

Como em todos os dias do intra_rail, também nos fartamos de andar. Tenho a dizer que valeu o sacrificio subir até à Universidade de Coimbra e fazer uma visita. A biblioteca e a sala dos doutoramentos valem bem a pena.

Para lamentar, é pena que o BS não tenha tido a coragem de ir perguntar a umas jovens, que aguardavam com uns apontamentos na mão, se iam fazer exame naquele edificio centenário.
[Nota: eu tinha coragem para ir lá perguntar mas... hum...err... estava muito calor e eu estava cansado, por isso não fui =P]

Depois da visita à universidade voltámos para a pousada buscar as mochilas, rumo ao Porto.

Locais visitados em Coimbra:
-Mosteiro de Sta Clara a Velha
[+]
-Mosteiro de Sta Clara a Nova [+]
-Quinta das Lágrimas [.]
-Universidade de Coimbra [++]
-Sé [.]
-Centro da cidade [+]
-Passeio
pelo Mondego [-]
-Jardim Botanico [-]
-Parque de estacionamento da
BragaParques [+++++]

[+] - gostei
[.] - não foi mau
[-] -
esperava mais



Já de tarde fomos ao Minipreço ao pé da estação para comprar o jantar. Nota '+' para o minipreço e para os pombos que por lá passeavam.

Curiosidade:
- Preço de 33 cl de água no minipreço : 0.08€
- Preço de 33 cl de água na praia de Aveiro [costa nova] : 0.80 €

A viagem até ao Porto correu bastante bem. Pelo caminho recebi a feliz noticia de ter feito todas as cadeiras do semestre [obrigado à I. pela info!].

Chegados ao Porto comprámos um andante para podermos passear livremente.
Apartir do momento em que é validado, o andante tem uma duração de 72h e pode ser utilizado as vezes que quisermos.

Pois bem... nenhum de nós conseguiu validar o andante na primeira viagem! Dava sempre erro e o motorista simpaticamente disse para entrarmos. Extremamente cool.

Para finalizar o dia 2, fica a recomendação para a pousada do Porto. Tem uma vista brutal e modo geral é boa.

domingo, agosto 05, 2007

Intra Rail - Dia 1

10 dias para recordar

é este o resumo que faço do Intra_rail que fiz de 25 de Julho a 3 de Agosto.

Erámos 9, embora tenhamos recebido a visita da R., a amiga do Fsp, no Porto.

Talvez um grupo muito grande que me fez temer o pior antes de iniciarmos a viagem. Será que acabaríamos todos zangados? Será que conseguiriamos ver alguma coisa de jeito e aproveitar a viagem?

Felizmente correu tudo bem e é sobre os melhores momentos que vou escrever neste blog.

Antes de mais, uma pequena apresentação do grupo: [inserir a palavra "pseudo" antes de cada título]


A. - Engenheiro Biológico
B. - Arquitecto
B.S. - Engenheiro Mecânico; baixista [outsider]
I. - Fisioterapeuta
J. - Cardiopneumologista [outsider]
Fsp. - Engenheiro Elect.
R. - Engenheira Elect.
Gervásio - Engenheiro
S. - Ex-engenheira de redes, ex-farmaceutica, médica
R2. - actriz [outsider, esteve apenas 3 dias]

Como podem ver é um grupo muito variado. Com tantas competências só mesmo o arquitecto e a fisioterapeuta é que me serviram para alguma coisa.

O primeiro por permitir uma troca de opiniões sobre o que estava a ver, aproveitando também para me explicar alguns conceitos, e a segunda por me ajudar a livrar da dor de pescoço que me atormentou no final da viagem.


A viagem

Dia 1 - Lisboa - Coimbra

Estar as 8.30 na estação do Oriente implicou ter que acordar as 5.30. Para quem às 2h da manhã ainda estava acordado isto traduziu-se num pesadelo.

Cumprimentos da praxe e eis que a R. se lembra, passado quase um mês, de me dar a minha prenda de anos, oferta do grupo. E o que era? Um cd... UM CD!!!!! [Joe Satriani - Live]

Atendendo que hoje só oiço cd's em casa, o resto é com mp3, andei 10 dias com um cd na mochila que não podia ouvir!

Chegados a Coimbra e depois de um pequeno passeio, fomos comer...

Fomos ao café Nicola onde todos pedimos um bitoque.

E pronto, para começar da melhor maneira, eis que alguns elementos do grupo tinham arroz + bife + ovo + batatas + ... pequenos pelos de esfergão palha de aço...

Depois desde almoço fanstástico e substancialmente nutritivo, descobrimos que era necessário pagar 1.03€ para ver um miradouro. Claro que não fomos, se fosse 1.02€, talvez...




No final do dia regressámos à pousada da juventude de Coimbra. Na nossa camarata estava um único desconhecido que dormia quando chegamos. Pensamos que ele era italiano e por isso, na manhã seguinte, dirigi-me a ele em Inglês para lhe dar a chave da camarata. O mesmo exemplo seguiu o J. para lhe pedir a chave. Como não se pareciam entender até comunicaram por gestos.

À tarde, quando nos preparávamos para sair, em direcção ao Porto, um de nós perguntou na recepção qual a nacionalidade do elemento...

"-Brasileiro."

... ok!

Para finalizar a lista de episódios do dia 1... sabem como é que o A. o Fsp e o B. "descobriram" que ele era italiano?

Ao que consta ele tinha exposta em cima da cama [cama de cima de um beliche] uma peça de roupa interior que dizia "Italia".

Estes raciocinios brilhantes...