sexta-feira, março 30, 2007

Barba Azul - Parte IV - A explicação

Se o facto de publicar o conto do "Barba Azul" já era confuso para a maioria dos leitores, revelar que me chamam Barba Azul no IST deve ter sido a "gota de água".

- Porque é que algumas jovens [ainda por cima!] do IST me chamam Barba Azul?
- Porque é que publiquei este conto?
- Qual a relação entre este conto e o actual contexto sócio-económico?

Certo dia, algures em Dezembro, estava num café do IST quando apareceram a Paki e a Pipinha [blarg, raios de nomes!]. Estávamos em plena pré-época de exames pelo que, como sujeito estudioso que sou, deixei crescer uma pujante e viril barba. Associado a este facto, estava com um cascecol e com uma camisola azul-escura. Qual foi a primeira coisa que a Paki me diz?

"Pareces o Barba Azul!"

Na altura fiquei em estado de choque:

"Atão, mas... eu que não faço mal a ninguém!"

Ninguém ficou a perceber o que se passava porque na realidade são todos uns incultos. Dessa maneira comprometi-me a escrever a história no blog.

Quando me lembrei de escrever a história no blog, tencionava fazer um copy-paste de um qualquer site. Pensei que seria fácil encontrar o conto... mas não o encontrei... encontrei algo muito melhor... A SUBMISSÃO FEMININA NA SOCIEDADE PATRIARCAL - um mega texto com uma análise ao conto de Perrault, que contém esta magnífica passagem:

"No conto de Perrault conhecido como Barba Azul, apesar de hoje excluído das histórias infantis devido à violência e também por não apresentar crianças como personagens [...]"

Ora bem, a análise ao conto começa por classificar o conto por "violento" e aponta como falha grave não ter crianças pelo meio.

A análise continua, com algo que nunca me passaria pela cabeça;

"Em histórias infantis como O Gato de Botas, O Pequeno Polegar e Riquê do Topete, o papel desempenhado pelas mulheres era insignificante, ficando evidente a sujeição feminina aos caprichos e desígnios dos homens."

E a magnifica análise acaba com a cereja em cima do bolo:

"Outro bom exemplo seria a produção cinematográfica [...] Shrek 2 [...].

Em sua segunda versão, o ogre verde retorna às suas aventuras, mas desta vez casado com uma princesa chamada Fionda, “que por amor adotou a mesma forma do amado” (BOSCOV, 2004: 119). Embora este não seja o principal enfoque do filme, tal acontecimento mostra [...] a privação feminina de sua verdadeira forma física em relação ao homem, revelando deste modo que ainda que por amor, quem tem sempre que ceder é a mulher."

Gostaria de começar a minha análise dizendo que li todos os contos referidos [excepto o Riquê do Topete] em criança. Não considero que, de maneira alguma, isso tenha afectado a minha maneira de interpretar o papel da mulher na sociedade.

Para mim a igualdade entre sexos [e já agora, raças] foi sempre tão evidente que em miúdo a ideia de racismo e discriminação de sexos não me fazia sentido. Pode parecer muito inocente mas resulta de ver as coisas de uma maneira muito lógica.

Quando, em criança, lia estes e outros contos, limitava-me fazê-lo de uma maneira puramente lúdica. Jamais teria capacidade para fazer interpretações paralelas. Será que as crianças de hoje são mais inteligentes/sensíveis do que nós eramos no nosso tempo e por isso precisam de ser protegidas?

Se é verdade que estes contos espelham uma cultura e uma maneira de pensar muito próprias de uma certa época, os eventuais danos que possam surgir da sua leitura só podem ser imputados aos educadores.

A demonização destes contos revela a perversidade, não dos autores, mas das mentes que examinam cada promenor em busca do sacrilégio.

Onde é que se pretende chegar com isto? Protegem-se as crianças da violência do "Barba Azul" ao mesmo tempo que se permite a inocência e pureza de um Dragon Ball?

Não quero tornar o texto muito longo. Para concluir gostava de apelar à razoabilidade destes "educadores" zelosos. Será que uma série ou um filme mais violento não constitui um problema? Aos olhos destas mentes "puras" pelos vistos não, visto que toda e qualquer mensagem está declarada explicitamente. Mau mau é a opressão da mulher patente em lendas como a "Padeira de Aljubarrota". Lá está o estereótipo da mulher oprimida, obrigada a andar com uma pá de fazer pão até numa batalha! Vergonhoso! ... =P

Para concluir, digo-vos que este tema esteve a debate enquanto se tomava um café no IST. Sobre o proteccionismo exagerado a amiga Paki disse [e bem]:

"Com tanto proteccionismo, qualquer dia nem se fala de drogas aos filhos, para não se assustarem nem para ficarem com ideias erradas. Claro que com isto qualquer mãe arrisca-se a perguntar ao filho "então, como foi o teu dia de escola?" e a receber como resposta:

"Foi bom mãe! Hoje experimentei uma coisa nova muito boa!"

Claro que o amigo Kewne tinha que se sair com uma resposta ainda mais genial em relação ao mesmo tema:

"Pai, hoje fiz sexo pela primeira vez!"
"Ai sim filho?! Então senta-te aqui e conta-me lá como é que isso aconteceu..."
"Ai não posso pai, ainda me doi o cú!"

...

quinta-feira, março 29, 2007

Barba Azul - parte III

Só para dizer que ia agora escrever a parte III, mas estou um pouco cansado e por isso só consigo escrever estas linhas.

Não ficam tristes, pois não?



Se por acaso não conseguiram ler o texto todo porque não tem motivação, deixo aqui a motivação:

Chamam-me Barba Azul na faculdade! =D A explicação em breve!


[hihihihi]

domingo, março 25, 2007

Barba Azul - Parte II

Tinha descoberto o segredo de Barba Azul.

Todas as anteriores mulheres tinham sido assassinadas e guardadas em segredo no próprio castelo.

Mais calma, Fátima apercebeu-se do erro de ter deixado as chaves caídas no gabinete. Se Barba Azul descobrisse a sua traição de certo que sofreria o mesmo destino que as suas antecessoras. Reunindo as poucas forças que lhe restavam, dirigiu-se ao gabinete, pegou nas chaves e deixou tudo como encontrara.

Sem saber bem que atitude tomar perante a sua macabra descoberta, Fátima decidiu chamar a irmã para passar a noite no castelo. Enquanto esperava pela irmã, Fátima reparou que a chavinha, anteriormente dourada, estava toda coberta de um vermelho vivo. Compreendendo que a chave a podia denunciar, Fátima tentou limpar a chave de todas as maneiras. Nenhuma delas surtia qualquer efeito.

Restava-lhe aguardar por Barba Azul e suplicar pela sua misercórdia.

Os dias passavam até que chegou o dia do regresso de Barba Azul. Fátima tentou tomar o ar mais natural possivel ao receber o esposo e Barba Azul foi igualmente cordial com ela.

Pouco depois do seu regresso, Barba Azul quis saber das chaves que havia entregue a Fátima. Fátima entregou-lhe o molho de chaves, mas sem a chavinha.

"Onde está a chave do gabinete?", perguntou Barba Azul.

"Es..está guardada. Guardei-a para não cair em tentação de a usar...", inventou Fátima.

"Então vai busca-la!", ordenou Barba Azul, sem dar qualquer hipotese de resposta.

Fátima foi buscar a chave e entregou-lhe a prova da sua desobediência.

"Foste ao gabinete!! Desobedeceste-me!! Não tenho outra alternativa se não matar-te!", gritou-lhe Barba Azul enfurecido.

" ooh, perdoa-me! Permite-me ao menos que faça as minhas últimas orações!", suplicou-lhe, entre lágrimas, Fátima.

"Está bem, assim seja", consentiu Barba Azul.

Sem saber, ao longe três cavaleiros cavalgavam enfurecidamente em direcção ao castelo. Eram os irmãos de Fátima, que se deslocavam o mais depressa possivel em sua salvação, após terem sido altertados pela outra irmã.

Precisamente quando Barba Azul empunhava a sua espada, para fazer mais uma vitima, os três irmãos inromperam pelo castelo e após uma breve batalha, mataram Barba Azul, salvando a irmã.

FIM


[os comentários ao texto seguem amanhã ou depois]

sexta-feira, março 23, 2007

Barba Azul - Parte I

[Versão transcrita de memória do conto de Perrault]

Há muito tempo atrás viveu um homem conhecido como o Barba Azul.

O Barba Azul, possuidor de uma vasta fortuna que incluia um castelo integrado numa extensa propriedade, era um cavaleiro muito poderoso. A sua presença era intimidante e, tão curioso como a cor da sua barba, era o facto de todas as mulheres que se casavam com ele desaparecerem misteriosamente.

Certo dia, Fátima, jovem atraente conhecida de Barba Azul, foi informada por seu pai que Barba Azul a queria para sua esposa.

Conhecedora do triste destino das esposas de Barba Azul, Fátima ficou receosa com a proposta que o pai lhe trazia.

"Meu pai, por favor não permitereis que me case com ele!", suplicou Fátima.

"Não sejas tola! Barba Azul é um homem rico e honrado, de certo que dará um bom dote por ti.", disse o pai de Fátima.

Cego pelo dinheiro, pai de Fátima selou o destino da filha.

A festa durou vários dias, como convinha a um homem do estatuto de Barba Azul. O seu poder e esplendor cedo levaram Fátima a esquecer os seus receios.
Barba Azul comportava-se como um homem extremamente atencioso.

Certo dia Barba Azul foi chamado pelo seu rei. O país estava em guerra e Barba Azul, grande cavaleiro, era uma peça fundamental. Sabendo que ia estar fora por tempo indeterminado entregou as chaves do seu castelo à esposa. As chaves eram todas iguais, excepto uma. Tinha um formato mais pequeno.

"Toma, estas são todas as chaves do castelo. Dispõe de tudo à tua vontade. Mas atenção. Estás totalmente proibida de usar a chave pequena que serve para entrar no gabinete que fica no fundo da torre."

Dito isto Barba Azul despediu-se da esposa e pôs-se a caminho.

Assim que se viu sozinha, Fátima chamou a sua irmã e as suas amigas para irem visitar o castelo. Percorreram o castelo todo e admiraram todas as preciosidades que Barba Azul guardava. O resto dos dias eram passados com as amigas e, qualquer que fosse a coisa que estivessem a fazer, a ordem de Barba Azul era estritamente respeitada.

Os dias passavam e a curiosidade tornava-se incontrolável. Nem através do buraco da fechadura Fátima conseguira ver o que quer que fosse.

Certo dia, vendo-se sozinha decidiu abrir a porta. A curiosidade era tal que nem o medo da consequência do seu acto a impediu de avançar.

A tremer, meteu a chavinha na fechadura e abriu a porta do gabinete. O interior estava escuro, pelo que os seus olhos se demoraram a descortinar o interior. Com receio, deu um passo e sentiu o seu pé a pisar uma poça. Olhando com atenção, apercebeu-se que não se tratava de água. Era sangue. Olhou em frente e reparou que jaziam no chão, mortas, todas as anteriores esposas de Barba Azul. Horrorizada, deixou cair as chaves no chão, fugindo para bem longe do gabinete.

Tinha descoberto o segredo de Barba Azul.



[continua amanhã! Já sei que muitos conhecem a história e o final, mas este texto será explicado. Agora estou cansado de escrever. ]

quarta-feira, março 21, 2007

Primavera

Hoje, às 00:06 começou a Primavera.

Tenho que ir estudar, xau.

[Hoje levei com uma porta na cara. Ia a passar num corredor, passei ao lado da porta e PAM! Alguém me explica portas de corredores que abrem para fora?! Foi giro!]

quarta-feira, março 14, 2007

Podre de boa

Este post motivou-me para escrever sobre o novo programa da TVI, "A Bela e o Mestre".

Eu, tal como muita gente que conheço, após o fim do programa dos Gato Fedorento fiz zapping. Fui dar à TVI e estava a dar a "A Bela e o Mestre".

Quando por lá passei vi uma jovem a ser interrogada. Uma jovem que não tinha nada de especial, diga-se a verdade, mas que sofria de uma limitação intelectual crónica. Por curiosidade, acabei por deixar ficar durante uns minutos, o suficiente para aparecer uma jovem de vermelho podre de boa, mas cujos atributos se ficavam por aí. Enfim, assim que ela saiu desliguei a tv.

Isto tudo para dizer o quê?

Para dizer que acabei por ler o post da Rox com alguma curiosidade, onde acabei por descobrir o link da TVI para o referido programa:

http://www.tvi.iol.pt/abelaeomestre/

Assim que vi o link carreguei por um grande motivo [não, não foi para saber quem era a gaja podre de boa]:

- O que é que estava a fazer a Clara Pinto Correia no programa?!?!

Não sei se já se aperceberam, mas a CPC faz parte do leque de mulheres-que-despertam-em-mim-um-sentimento-de-desprezo.

Por mais atrasada que a CPC seja, fiquei surpreso por ver esta senhora a misturar-se no meio do "povão", participando num programa deste nivel! Mas mesmo assim, que faria ela ali?!





Diz que é do jurí.

Se é do jurí ou não, isso é irrelevante perante o que está escrito no perfil:

"Uma esbanjadora de sensualidade e inteligência."

Não sei se ela é inteligente, mas que esbanja sensualidade - isso é obvio. Seria bom, para ela, que não esbanjasse tanto, de modo a poder ficar com alguma.

A inteligência dela também não me parece ser muita. Sendo uma mulher bastante ... vá ... feia, acho que foi uma jogada brilhante pôr-se ao lado da Marisa Cruz e das outras jovens, submetendo-se a comparações inevitáveis que pouco abonam a seu favor... Masoquismo? Esbanjamento de inteligência?

Sobre o programa, não vou fazer um grande comentário. Tem o selo de "qualidade" da TVI. Isto diz tudo.



PS: o meu "pedido de desculpas" a todas as leitoras deste blog que por acaso também são fans de Pink Floyd. Já tive vários casos de me virem dizer "eu também gosto" ou "tenho amigas que gostam". Sendo assim o meu comentário que diz "milagre milagre" deixa de fazer sentido. No entanto não foi escrito com um sentido prejurativo/discriminatório, mas sim porque até à data não conhecia nenhuma jovem que gostasse de PF.

segunda-feira, março 12, 2007

lov u 4ever IST!

Revista "Única" do Expresso, dia 10 de Março de 2007







Ahhh, depois do professor do Star Trek, eis agora o DBZ.

Digam lá, mais animado que isto só mesmo a UnI, não é?? A vantagem é que é inofensivo!! =D

Luv u 4ever ande evere, IST!

quinta-feira, março 08, 2007

Feliz dia da Mulher


Hum...
O senhor que está vestido à STAR TREK, é nada mais nada menos que o meu professor de prácticas de PROE.

Se não fosse este pessoal, o que seria do IST...

o texto foi publicado no Público não sei quando, a fonte foi o SOE

PS: Se ainda não viram o último post, aconselho vivamente...

PS2: eu também gosto bué de Star Trek, acho que nos vamos dar bem! ...

quarta-feira, março 07, 2007

Nostalgia!

É verdade que já escrevi um post hoje e que por norma não escrevo dois no mesmo dia...

O JP vem ter comigo e não me diz nada, apenas coloca um link para o Youtube. Fui ver e foi chocante! Mais outro pedaço da minha [nossa] história de puto recuperada!

Deliciem-se e agradeçam ao misteriojuvenil.com por ter posto o video e ao JP por mo ter mostrado...

A faculdade

Depois da minha saga, que já está a ser rodada em filme, eis um post mais soft, para vós, meus estimados leitores.

É certo que estamos todos fartos dos mails do "envia para mil ou morres" mas há mails que têm a sua piada. É o caso do mail que vos vou falar agora, que já recebi 5 ou 6 vezes, mas que só hoje é que me deu para escrever sobre ele.

Foi a jovem M. que me enviou. A bold o original, o resto são comentários:

COISAS QUE DEVES SABER ANTES DE ENTRAR NA FACULDADE:

1. Não importa a que horas é a primeira aula, vais dormir durante ela;

Isto já foi verdade, confesso. Só dormi uma ou duas vezes, [as aulas eram às 8h...]. Lembro-me de ver filas nos anfiteatros de pessoal que tinha a cabeça sobre o tampo da mesa.

Uma vez, o fsp, o vizinho o 3º esq e eu estavamos a "dormir" na aula e mesmo no final o professor vira-se e diz:

"Tenho uma coisa muito importante para vos dizer, portanto, pessoal que está a dormir, é só um esforço, já podem voltar a adormecer".

Isto foi no 1º ano.

Hoje tenho a liberdade de poder não ter aulas às 8h pelo que não voltou a acontecer.

2. Vais mudar completamente e nem vais notar;

Não sei, digam-me vocês!

3. Podes amar várias pessoas de maneiras diferentes;

Posso?

4. Estudantes Universitários também mandam aviões de papel durante as aulas;

Nunca o fiz mas já vi coisas similares a acontecerem. Se eu lesse isto quando tinha 12 13 anos não acreditaria...

5. Só vais conhecer alguns dos professores no dia do exame;

Parece-me muito exagerado...

7. Se eras inteligente no secundário... a inteligência deve ter ficado por
lá;

Esta é a que me dói mais....

9. Podes saber a matéria toda e a prova correr-te mal;
10. Podes não saber nada da matéria e tirar dez;

Ambas as situações já me aconteceram mais que uma vez.

17. Vais tornar-te numa daquelas pessoas que os teus pais te dizem para não
conhecer;

Não percebo porquê.

25. Ter um zero é normal;

Não seria tão radical, mas esta frase representa um certo estado de espirito...

26. As únicas coisas que compensam na faculdade são os amigos que vais
fazer;

Quem? Aqueles nerds todos?! nahhh =P doru-vos muito amiguhs! ***[[]] xe n foxem voxes, k xeriah d todus nohs! =D =) =DDD

Vá, quero ver o que dizem sobre isto!

segunda-feira, março 05, 2007

O meu dia 2 - Parte III

Eis que chegamos ao último capitulo das minhas aventuras do dia 2.

"Jantar com 'festa' "

Recordando as cenas dos últimos capitulos, tive uma aula, depois dessa aula apanhei o metro e fui para casa.

Nessa noite tinha um jantar de anos. O ponto de encontro era às 21h no Vasco da Gama. Preparado para passar uma noite agradável, fui com a F. o JP e o AC comprar a prenda de anos para a aniversariante na meia hora que antecedia o encontro.

Naturalmente, e já a contarmos com isso, o verdadeiro ponto de encontro deu-se às 21.30, pelo que chegamos ao restaurante pouco depois, era o DiCasa que fica no Vasco da Gama.

Até aqui tudo bem, mas assim que chegámos ao Di Casa do Vasco da Gama as coisas começaram a correr gervasicamente.

Ainda antes de pedirmos o que quer que fosse, o AC perguntou à gerente, que se encontrava ao nosso lado, se "podia ligar o ar condicionado, pois está muito calor". E na realidade estava mesmo muito quente... A resposta genial da gerente do DiCasa foi exactamente:

"Pois, está muito calor, agora imagine nós que andamos aqui de um lado para o outro."

Nada de "peço desculpa, o ar condicionado está avariado", para responder escolheu um "ó meu macaco, está caladinho."

E assim começou a aventura...

A nossa amiga aniversariante, a M., tinha combinado um preço com a gerência, uns dias antes, ou seja, cada um de nós, 20 pessoas, pagaria X pelo prato + sobremesa + qualquer coisa que não me lembro, sem bebidas. Subitamente...a mesma gerência tinha esquecido o combinado...! Lá foi a M. falar com eles e tudo acabou por se resolver, mas não deixou de somar mais um ponto negativo...

O tempo passava, recordo que entrámos era por volta as 21:40, e ninguém aparecia para saber o que é que queriamos... Para despachar, acabámos por fazer uma lista que entregamos, na esperança de jantar antes das 23h...

Pouco depois das 23h chegaram os nossos pratos. O único ponto a favor foi o facto de vir tudo ao mesmo tempo, justificando em parte a demora... mesmo assim estavamos a jantar 1:20 h depois de termos entrado...

Já perto do final, mais um belo dialogo entre o AC e a gerente do DiCasa do Vasco da Gama:

"O serviço demorou um pouco..." diz o AC, sem qualquer tipo de provocação [isso asseguro-vos eu..]

"Olhe, chegou tudo ao mesmo tempo, não chegou?? Para a quantidade de pessoas que aqui estavam não era possivel ser mais rápido."

Sinceramente começo a convencer-me que a verdadeira gerente estava amarrada na cave e que aquela era a irmã gémea malvada, com uma intenção clara de destruir o negócio.

Estamos a falar de um grupo de 20 pessoas. Se por acaso não percebem, a resposta certa à afirmação do AC está longe do modelo utilizado. Em vez do "pois, tem razão, mas não nos foi possivel ser mais rápidos" o cliente ainda tem que aturar o génio da gerente com um "ó macaco, vê-lá se estás caladinho que não estou para te aturar."

E eis que chegou o momento critico da noite: a conta.

Estavam na mesa pelo menos cinco pseudo-engenheiros. Qual foi o nosso raciocinio? Foi exactamente:
"bah, até faziamos nós as contas, mas deixa lá ver a confusão que o pessoal de direito arranja".

E arranjou uma grande confusão. Não deixa de ser curioso que a ideia que eu tenho do pessoal de direito se confirma cada vez mais: complicar para reinar. Até tem um fundamento: o engenheiro é treinado para fazer as coisas o mais simples possível, o tipo de direito não. Quanto mais complicado for um texto [ou lá o que for] melhor é...

Até que a gerente apareceu para "as ajudar" a fazer as contas, levando uma calculadora [era 1h da manhã! e já eramos os últimos...]. Bem, eu não percebi bem o que é que aconteceu, mas vi a minha conta inflacionada em 3€ [puramente verídico]. A certa altura a conta, dividida por todos, dava Y,03 €, que a gerente queria arredondar para Y,20€ como forma de gorjeta! Foi aí que "estalou" a guerra.

A gerente começou a ouvir as criticas ao serviço [muito lento, entre outros promenores...]. Qual foi a resposta? A terceira resposta genial da noite?

"Depois disto vou deixar de receber grupos."

PAUSA

A gerente estava a castigar-nos?! "Portaram-se mal, portanto agora já não recebo grupos, meninos maus!!"

Mas...mas...olha que realmente fiquei triste...e agora, onde passaríamos a jantar, se o único restaurante de Lisboa e arredores ia deixar de receber grupos? Como seria a minha vida depois??

Play...

E a discução continuou, sempre com com a gerente a responder "mas comeram todos ao mesmo tempo, não foi?"

Para finalizar, a gerente puxa do seu último trunfo:

"Olhem, pelo preço que vos fiz, vocês comeram de borla. Ainda se queixam??"

Talvez a senhora gerente não tenha noção, mas o preço dela não foi substancialmente mais rentável... A juntar a isso, se havia um acordo ele tinha que ser respeitado, o que implica os clientes serem tratados todos da mesma forma! Virem dizer que o serviço foi pior porque o jantar foi de "borla"...

Nem uma única vez se ouviu, "tem razão, pedimos desculpa."

A situação começou a irritar-me pelo que saí do restaurante com a F., o JP e o AC. Não tinhamos participado na discução nem o queríamos fazer para não armar mais confusão.

Mas a jovem Rox achou que aquilo tinha ido longe de mais e puxou das palavras mágicas...

"Livro de Reclamações".

Visto que a gerente estava a tentar recusar o livro, puxou das palavra mágica:

"DECO".

E aí sim, a gerente boazinha que existe em todas as gerentes do mundo subiu ao de cima.
A gerente do DiCasa do Vasco da Gama, restaurante que fica no último piso e para o qual se sobe por uma escada que diz "BEM-VINDO", desfez-se em desculpas.

Tarde de mais, amiga.

Portanto, já sabem. O DiCasa do Vasco da Gama, restaurante que fica no último piso e para o qual se sobe por uma escada que diz "BEM-VINDO" vai deixar de receber grupos, escusam de lá ir.




EDIT: Podem ver a mesma história mas de outro "ângulo"! Aqui

domingo, março 04, 2007

O meu dia 2 - Parte II

Continuando o relato da minha saga, passemos agora para o segundo tópico, "Famosos no Metro".

Vindo directamente da última aula da semana [relatada no último post], eis que vou apanhar o metro para casa, com a R.

Entramos a correr no metro, para o apanhar, logo na primeira porta. Cada um de nós fez aquilo que qualquer pessoa faz ao entrar no metro: Olhamos à volta, sem grande atenção, para ver se víamos alguém conhecido. Da minha parte não vi ninguém, até que a R. me diz:

"Olha lá, aquele senhor que está ali atrás não é conhecido?"

E eu, do alto da minha sabedoria social, olhei para a pessoa que estava mesmo a 1 metro de mim e a pessoa olha para mim, fulminando-me com o seu olhar. [ok, não era bem fulminar, esta parte foi só para dar dramatismo à história].

E quem era ele? Nada mais que o vocalista da banda que popularizou o mega sucesso "Nodi - The Lord of The Darkness", com os seus amigos ao lado.

A minha primeira reacção foi por-me de joelhos e pedir misericórdia para que ele não me sacrificasse logo ali. Ou então, e muito mais plausível, virei-me para a R. e disse-lhe:

"Pois, não sei, mas parece-me o vocalista dos Moonspell."

A dúvida estava instalada. Não conheço Moonspell nem o seu vocalista o suficiente para dizer com toda a clareza "é ele". Ainda por cima não estava maquilhado nem com o cabelo solto, o que lhe retirava o ar de gajo-mau-do-ritual-à-lua-cheia. Mas esta dúvida rapidamente se ia desvanecer...

Saímos todos na mesma estação. O Sr. Fernando Ribeiro, a R. e eu, juntamente com mais umas 50 pessoas, nas quais se inclui um grupo de pitas histéricas.

PAUSA!

Grupo de pitas histéricas...

Play...

O Sr. Ribeiro saiu rapidamente da carruagem, à nossa frente, e passou por nós o grupo de pitas, que dizia entre si, e passo a citar:

"Ohh, MY GOD! É ELE!!! Não posso acreditar! Será que é mesmo ele??"

E gritavam isto, talvez com o intuito de levar o Sr. Ribeiro a dizer alegremente:

"SIIM, SOU MESMO EUUU!!"

Já no final das escadas, as pitas tomaram a decisão final e "atacaram" o Sr. Ribeiro.

"Olha, és o vocalista dos Moonspell?" [reconstituição, a parte que eu ouvi, já estava a 15 m, foi:]

"OHHHHHHHH MY GOOOOD!!!!!!!!!! OOOOOOOH MYYY GOOOOOOOD!!!!!!!"

Esta foi a parte "Herbal Essences" do episódio. Fim...



sábado, março 03, 2007

O meu dia 2 - Parte I

Professoras a dar aulas
Famosos no metro
Jantar com "festa"

Este é o resumo do meu dia de ontem, 2 de Março de 2007. Para cada um dos temas, um post.



Parte I - Professoras a dar aulas


Era a última aula da semana. Para terminar, nada melhor que ter Propagação e Radiação de Ondas Electromagnéticas, cadeira leccionada por uma professora, caso raro no meu curso.

Não tenho nada contra professoras a dar aulas [é melhor dizer isto antes que alguém fique ofendido/a !!] mas as diferenças na maneira de dar aulas em relação a um professor são evidentes e cómicas.

Eis que a professora de PROE entra no anfiteatro, com o seu portátil na mão e diz:

"Peço muita desculpa, mas é que os funcionários foram para uma festa e por isso não tenho o cabo para ligar o portátil ao projector para vermos os acetatos."

Dito isto vai-se embora, levando as suas coisas, dizendo que já voltava.


Logo aqui se vê a diferença entre uma professora e um professor. A professora não descansa enquanto não arranja uma solução para o seu problema, mesmo que seja um problema menor. Um professor dá aulas em qualquer condição:

"ai não há cabo? Paciência, continuemos a aula"

Uma vez tive um professor que conseguiu atirar um quadro ao chão com a irritação. Continuou a aula na mesma, escrevendo no quadro moribundo...

Gostava que reparassem no promenor dos "funcionários na festa". Quando ouvi isto fiquei parvo...então os funcionários do IST vão para uma festa, comprometendo o funcionamento das aulas? Não podiam esperar um pouco até mais tarde? Algo não fazia sentido para nós, mas para a professora parecia normal!

Continuemos:

Passados 5 minutos entra de novo a professora na sala, mas desta vez sem portátil. Em seu lugar vinham umas folhas de acetato que tinha acabado de imprimir!

"epah, que chatisse não estava mesmo nos meus planos! Ah, e afinal os funcionários não foram para uma festa, foram para uma greve!"

Dito isto começou a aula. Nem dois minutos tinham passado e entra uma senhora e deposita mais folhas de acetato em cima da mesa da professora. Cinco minutos depois volta a mesma senhora e deposita mais acetatos em cima da mesa. Enfim, uma pilha enorme de acetatos de onde foram usados... 3-4 acetatos em toda a aula!


Depois desta maratona veio aquele que é o grande ponto de diferença entre uma professora e um professor... Tudo o que vou escrever agora é puramente verídico, há várias testemunhas:

"Bem, passemos para o próximo acetato ... Bolas!! Que pena...isto realmente só acontece quando não dá jeito nenhum... olhem para este acetato... tinha umas cores fantásticas..."

E ao dizer isto eu pensei que ela fosse mostrar um acetato que não desse para perceber e que no original tivesse um autêntico arco-íris...








À esquerda o original, à direita uma simulação de como o acetato aparecia projectado... Nada de arco-íris e percebia-se tudo! Mas para a professora foi um choque e enquanto explicava a matéria intercalava com "realmente é pena... isto tinha umas cores fantásticas, é pena não vos poder mostrar..."

Enfim, felizmente a minha sorte é que é uma professora bastante competente!