segunda-feira, março 31, 2008

Entre parentsis

Cidadã comum em entrevista à RTP:

"Ahh, isto está mais caro está. Antes pagava metade, agora pago três vezes mais."

Só me vem isto à cabeça:


quarta-feira, março 12, 2008

Praga - Dia 1 e 2

Depois da vingança das coroas, apanhámos o autocarro ... à 1h da manhã.

A viagem não era directa, para irmos para casa ainda tínhamos que apanhar um eléctrico.

Às 1.45 saímos do autocarro... no meio do nada. Tirando umas casitas por perto, a paragem ficava no centro de uma avenida enorme mas despovoada.
Imaginem apanhar um autocarro na Calçada de Carriche mas sem qualquer prédio à volta.

Claro que estar no meio do nada a estas horas da noite nunca é das coisas mais sensatas, [embora não houvesse outra alternativa] e por isso qualquer receio que tivéssemos tornou-se realidade quando avistámos, ao longe, um grupo de cerca de 7-8 indivíduos a dirigirem-se na nossa direcção...

Enfim, para além de estarem podres de bêbados na sua maioria, meteram conversa connosco de forma pacífica, chegando mesmo a dizer em forma de conselho:

"You are in the very fucking part of Prague."






Acabaram por apanhar o eléctrico que não nos interessava e este "baptismo" de Praga terminava de forma positiva.

A viagem de tram para casa acabou por correr sem incidentes, excepto quando a condutora saiu e foi à loja buscar um café...

Às 2.30 da manhã, cerca de 6 horas depois do previsto, entrávamos, finalmente, no aconchego do palácio do B. e da Rz.


Praga - Dia 2


O dia 2, que na prática foi o nosso primeiro dia, veio a revelar o drama já esperado: mesmo que acordássemos às 09.30 da manhã, só ao meio dia estávamos despachados. Poderá o leitor mais exigente argumentar que tal só aconteceu por falta de organização; em parte terá razão, mas o cansaço dia anterior não permitiu melhor.

Saímos de casa e lá fora o dia recebia-nos com o aconchego que um céu limpo e um sol radiante podem proporcionar quando estão zero graus.

A viagem de tram, o "mítico" 9, tornou-se bastante curiosa. Praga, que até à altura só conhecia de noite, onde ressaíam os letreiros luminosos de "non stop party", começava a revelar o que de melhor tinha. Todos os lugares que me lembrava da viagem da noite anterior ganhavam uma vida nova.

Antes de dar início à visita propriamente dita, começamos por estabelecer contacto com os nativos. Fomos então almoçar ao local sugerido pelo B. onde tive a alegria de ser insultado em Checo.

Era um local muito agradável. Chegado ao balcão pedi uma "Quesadilha" e tive o azar de ser atendido pela empregada antipática [havia uma bastante simpática]. Dado que a maioria já tinha pedido, e alguns já estavam a comer, quando fui a pagar encontrava-me sozinho à frente da caixa. É então que saco de uma nota de 1000 Kc para pagar ... 50 ou 60 Kc... a empregada ao ver aquilo só diz "discretamente": raskcuasikud!! [nota:não me lembro exactamente da palavra, por isso inventei]

Com as energias restabelecidas, passeámos pelo centro, sempre sobre as orientações sábias do nosso arquitecto B: "Olhem para este exemplar magnífico do Cubismo em Praga!"



Passeando alegremente, chegámos então ao mais famoso relógio de Praga, vimos o que resta da antiga câmara municipal e visitamos a curiosa Igreja de S. Tiago [curiosa porque à sua frente construíram vários edifícios, tapando a fachada].

Depois de cerca de 3 horas submetidos ao frio cortante, os nossos débeis corpos exigiam uma pausa, e foi então que entrámos numa Coffee House excelente, o Coffee Heaven. Cupcino para ali, cafezito para ali, o ambiente era tão calmo e acolhedor que fez logo uma vítima: eu, que me debatia com uma sonolência brutal.

Mais uma vez restabelecidos, continuámos o nosso passeio, passando pela rua do Kafka, pelo edifício do teatro nacional entre outros.



Antes de regressar a casa ainda fomos ao Tesco, o supermercado. Do supermercado tenho a reter que não tinha música e era ligeiramente mais confuso que os nossos [pudera, 'tá em checo!! ah ah ah, perceberam?]. Curiosamente não encontrei iogurtes bebíveis do tamanho dos nossos, por isso todas as manhãs era logo uma overdose de 33 cl de iogurte. Nos momentos finais, ainda os fiz esperar, enquanto comprava o meu primeiro souvenir de Praga: um cachecol para aguentar o frio, já que o que eu levava largava mais pêlo que um gato.

Para finalizar as aventuras deste dia fica um conselho: nunca, mas nunca, peçam um pato num restaurante. Foi esse o erro cometido por quase toda a gente [excepto por mim]. Cada dose tinha um pato inteiro, para além de dar um pouco a ideia que a qualquer momento o pato se ia levantar e fugir. Que bem me soube a massa à bolonhesa. Humm.

segunda-feira, março 03, 2008

Praga - Dia 1

Este é o relato dos 6 dias de viagem que levámos a cabo de 14 a 19 de Feveiro, numa visita a Praga.
Todos os episódios, por mais incríveis que sejam, são verídicos.

O grupo era constituído por;

a F., a R. e a S.;
o A, o BS, o G. e eu;

Os relatos do primeiro dia excluem a F. e o G. dado que eles não tomaram o mesmo voo que nós.

A juntar ao grupo, falta o B., o nosso guia, residente em Praga.

Dia 1 - Lisboa - Frankfurt - Praga

Após o encontro no aeroporto, tratámos de fazer o check-in às 10.30, esperando embarcar às 12.15. Teríamos que fazer escala em Frankfurt, onde supostamente passaríamos 1 hora.

As peripécias da viagem começaram mesmo antes de descolar. Devido a nevoeiro em Frankfurt [ou lá o que era] que fez com que todos os voos atrasassem, saímos 1h30 depois do previsto, o que nos fez perder o 2º voo.

Chegados a Frankfurt tratámos de arranjar um novo voo para Praga. Na porta onde deveríamos ter embarcado, estava um balcão da nossa companhia aérea, onde outras pessoas trocavam os seus bilhetes.

Atrás desse balcão estava um senhor com... uns tiques estranhos. Pedimos para trocar os bilhetes e, dada a demora que o processo levava, o senhor só dizia: [tentem ler com entoação]

"Ooooooh, the system is soooOOOOoo sloww"

"oooooooooooh, this is a freaking nightmare!"

E enquanto emitia os novos bilhetes, rasgava os antigos e metia no lixo.

Reparem que esta última frase soa um pouco estúpida. Mas não é.

No final, toda a gente tinha bilhetes... menos eu. Para variar...

"Sorry, I have no ticket!!"

"Are you sure?! That's impossible!"

"Hum....err... I think you've put my ticket in the bin..."

"Oooooooh, sorry, the system iss sooooo slowwwwww"


Genial.

== Skyline ==

Este imprevisto acabou por permitir que hoje eu conheça o vasto aeroporto de Frankfurt como as minhas mãos.

O aeroporto de Frankfurt é um dos maiores aeroportos da Europa. Assim, para seja possível uma pessoa deslocar-se no seu interior sem demorar muito tempo, criaram um veículo, tipo metro à superfície, que se desloca entre os vários terminais.

Dado que não tínhamos nada para fazer, após um jantar no Mac, sentamo-nos no Skyline, assim se chama o "metro", e demos umas 4 voltas pelo aeroporto, para espanto de alguns seguranças, que nos viam a passar regularmente pelas estações.

== Praga ==

A viagem entre Frankfurt e Praga é bastante curta, cerca de 45 min.
À chegada a Praga tivemos que reclamar porque uma mala estava danificada. Entretanto, descobrimos, no meio do aeroporto deserto, que duas chinesas, com uma criança, tinham perdido as malas. A sorte delas foi terem-nos encontrado, dado que apenas falavam chinês e português, e assim conseguíram safar-se a reclamar as malas.

== A vingança das coroas ==

Como consequência dos inúmeros atrasos, a nossa chegada, que estava prevista para as 19h locais, acabou por se arrastar até as 00h, momento em que encontrámos o nosso amigo B. no aeroporto, à nossa espera.

O sistema de transportes em Praga, à semelhança do que sucede em Lisboa, tem um período nocturno, em que os veículos percorrem maiores distâncias e são mais raros. Assim, o nosso autocarro só iria chegar ás... 00.56. Aproveitamos então para levantar dinheiro e comprar bilhetes de autocarro.

Em Dezembro, longe de imaginarmos que iríamos a Praga, marcámos uma cafezada com o amigo B., de férias em Lisboa. Na altura, ele mostrou-nos a moeda checa e generosamente ofereceu 2 Coroas Checas ao A.

"Podes, ficar com isso, isso não vale nada.", disse o B. E tinha uma certa razão, 2 coras checas são 8 cêntimos.

O A. guardou a coroa checa na carteira e nunca mais ninguém se lembrou disso.

Recordo que o aeroporto estava vazio. Apenas um segurança e um senhor das limpezas por lá divagavam. Aproveitando o tempo livre, o B., o A. e eu fomos comprar os bilhetes a uma máquina automática, que não aceitava notas.

"Ahh, estão com sorte, eu tenho moedas para pagar os bilhetes todos!!", diz o B, safando a nossa situação, dado que embora tivéssemos "ricos", era tudo em notas.

Precisávamos que 5 bilhetes. À medida que o B. despejava a carteira para a máquina, os bilhetes iam saindo. Já tínhamos 4 bilhetes, faltava o último e acontece o impensável: faltava 1 coroa!! Faltavam 4 cêntimos para comprar o último bilhete de autocarro!!! E agora? Estava tudo fechado, não havia ninguém na rua...

Então, A., puxa da sua carteira, abre o compartimento das moedas e tira 2 coroas checas... as duas coroas, desprezadas em Lisboa...


A continuação está prometida para breve, pois a chegada a casa ainda trazia umas pequenas surpresas...