quarta-feira, julho 27, 2011

STS - 135

"O binómio de Newton é tão belo como a Vénus de Milo.
O que há é pouca gente para dar por isso."

Atrevo-me a pensar que se Fernando Pessoa tivesse vivido no último quarto do séc. XX, Álvaro de Campos teria decerto hesitado em usar o Space Shuttle em detrimento do binómio.

No passado dia 21.07.2011 aterrou, definitivamente, o último vaivém da frota americana, pondo fim a um programa com 30 anos de missões espaciais.

São curiosas as semelhanças entre o fim do Space Shuttle e o fim do Concorde, ainda que a conclusão seja lamentável:

À semelhança do Concorde, também o programa de vaivém ficou abalado pela perda de uma das unidades, o Columbia, em 2003. À semelhança do Concorde, também o programa viu o seu futuro prematuramente encerrado devido aos custos de operação e manutenção.

À semelhança do Concorde também o Space Shuttle foi abatido ao serviço sem ter sucessor a curto prazo, enquanto representava o auge da tecnologia disponível para a missão a que se destinava.

Mas não são as semelhanças entre o Concorde e o Space Shuttle que me levam a encarar o fim deste programa com alguma reserva.

O programa espacial, no seu inicio, foi essencialmente estimulado pelo confronto entre dois blocos com duas ideologias distintas. O programa espacial cresceu da competição - foi usado, indirectamente, como índice para avaliar elites intelectuais, avaliar capacidade industrial mas, acima de tudo, constituiu um indicador da capacidade de mobilizar e gerir recursos por ambas as partes - Economia.

Não há dúvidas sobre quem ganhou a corrida espacial. Não há dúvidas sobre qual foi, em traços gerais, o modelo económico que prevaleceu.

A questão que hoje se coloca é que os Estados Unidos, país vencedor, já não conseguem sustentar um programa tão ambicioso como outrora. Entre outras, os EUA encontram-se hoje em risco de default se as negociações entre democratas e republicanos falharem, enquanto a dívida americana - substancialmente financiada pela China - atinge valores significativos *1.

No fundo, de certa forma, o american way of life (e o europeu idem), tem-se mantido à custa de uma economia - a chinesa - que assenta num sistema político que não partilha os valores da cultura ocidental (a nossa...) e que sistematicamente condenamos.

Curiosamente... enquanto o Space Shuttle é abatido ao serviço sem ter sucessor a curto prazo, a China tem planos para pôr um homem na Lua até ao final da década.


Última aterragem do vaivém Atlantis - Missão STS-135


*1 - Considerando que não tenho formação em economia, baseio-me apenas em vários artigos sobre o assunto. 

segunda-feira, julho 25, 2011

Já...

...alguém experimentou esta técnica?


(autor desconhecido)

quinta-feira, julho 21, 2011

Pirotecnia

A diferença entre o "Peso Pesado" e "O Momento da Verdade" é que o primeiro pretende passar a ideia de ser pedagógico para quem assiste e uma oportunidade saudável para quem participa. Azar, só para citar um exemplo, nem é pedagógico nem é saudável.

No fundo, vem juntar a hipocrisia à extensa lista de atributos destes programas.

Naturalmente, não estaria a puxar este assunto se não tivesse uma motivação: enquanto era óbvio para qualquer cidadão - com um nível de cultura médio e uma educação baseada no respeito pela dignidade humana - que "O Momento da Verdade" era degradante, parece que o mesmo já não é assim tão óbvio em relação ao "Peso Pesado".

Alguém é capaz de me explicar porquê?

Tudo o que seja usar/explorar a fragilidade do indivíduo para competição/lucro cabe no mesmo saco: o do lixo.




1. Naturalmente que no ranking  "O Momento da Verdade" está no topo, por larga margem...
2. Para quem não se recorda, "O Momento da Verdade" era um programa da SIC onde o concorrente se submetia ao polígrafo e depois tinha que responder a um conjunto de perguntas comprometedoras para ganhar o prémio. 

segunda-feira, julho 18, 2011

3R

Hoje inventei um jogo. Como não é todos os dias que se inventa um jogo, sinto-me na obrigação de o partilhar. É jogo que promete revolucionar a forma como milhares de pessoas encaram a hora de almoço.

Diariamente, num ritual já testado, almoço com a excelentíssima CC e com o excelentíssimo BS. São almoços de alto nível, autênticos viveiros de criatividade, onde já surgiram soluções para a crise económica e para tratar pragas de moscas. Embora possa definir estes almoços como "razoavelmente espectaculares", faltava qualquer coisa. Até hoje.

Apresento-vos então a...

RRR - Roleta Russa de Ravioli


Regras do jogo:

1. Almoçar com um grupo de confiança todos os dias, no mesmo sitio.
2. O local deve ter opções reduzidas - no máximo 3-4 pratos (ex: cantina IST).
3. Não haja possibilidade de alguém saber com antecedência a ementa (ex: cantina IST).
4. Ir almoçar a um sitio onde, de forma totalmente aleatória, sirvam Ravioli (ex: cantina IST).
5. Atribuir, à priori, um dia da semana a cada jogador (ex: Gervásio - Segunda, BS - Terça, CC - Quarta, etc).

6. Se na ementa do dia constar Ravioli, nesse dia o jogador correspondente paga os cafés aos restantes jogadores.

Daí o conceito de Roleta Russa...

Como podem calcular, a adrenalina deste jogo sobe exponencialmente com número de jogadores. Hoje, para dar o exemplo, fui o primeiro. Não havia ravioli na ementa. Não paguei cafés.

Porquê ravioli? Porque durante um semestre inteiro era raro o dia em que não havia ravioli na ementa. Há três semanas que o não voltámos a ver. Até quando? Ninguém sabe!

terça-feira, julho 12, 2011

PC

Não sei se foi do tempo, dias de sol e calor.
Não sei se foi do local, um dos meus preferidos.
Não sei se foi da casa, à qual começo também a associar algumas memórias.

Não sei se foi da praxe à JF, às tantas da noite e que nos levou a cantar músicas altamente improváveis (agora é a parte em que fugimos, não é?).
Não sei se foi de ter que acordar cedo.
Não sei se foi graças ao milagre pós-pequeno almoço, onde se resolveu em 5min. um problema de trabalho que durava há 2 semanas (!).

Não sei se foi das sanders, feitas com karinho.
Não sei se foi da praia.
Não sei se foi das conversas sobre a Ferrari e a McLaren...

Não sei se foi de ver chapéus a voar e deixar inadvertidamente crianças ao sol...!
Não sei se foi de ter sido nomeado motorista... sem carro!
Não sei se foi do tom vermelho que ganhei.

Não sei se foi do tom vermelho que quase todos ganhámos...
Não sei se foi da surpresa -- totalmente inesperada -- que fizémos à JM, ao cantar-lhe os parabéns.
Não sei se foi do bolo.

Não sei se foi da surpresa ao ver que afinal há quem também seja capaz de dar uns toques na guitarra.
Não sei se foi de ir procurar restaurantes para o jantar.
Não sei se foi do jantar, que evitou mesmo na hora H que alguém desfalecesse :P

Não sei se foi do arroz de marisco e da grande habilidade que vi para usar o martelo.
Não sei se foi do bitoque sem ovo.
Não sei se foi do conselho sábio: "fica mal telefonar para pessoas que não estão aqui."

Não sei se foi dos "Heart Rock".
Não sei se foi de me te ter armado em campeão com a A.: "Heart Rock? Deves estar a querer dizer Prog Rock..."
Não sei se foi da animação garantida pela dupla JM e MCA.

Não sei se foi do grupo de reformados em que nos tornamos, a deitar cedinho.
Não sei se foi de ter que acordar cedo outra vez...
Não sei se foi de ter ido comprar o pão e o jornal.

Não sei se foi se foi das bolas com creme que quase foram trocadas por donuts.
Não sei se foi da manteiga fora do prazo (estava boa, sim!).
Não sei se foi das outras sanders, sempre com karinho e com os nomes e variedade.
Não sei se foi das previsões manhosas.

Não sei se foi dos White Stripes que viemos a ouvir no carro do N.
Não sei se foi da insistência da S. a chamar a M. para assuntos altamente relevantes.
Não sei se foi do jogo de raquetes, cujo objectivo das 10 raquetadas foi cumprido com distinção.

Não sei se foi dos mergulhos.
Não sei se foi das figuras tristes que jovens com pele vermelha fazem para se proteger do sol.
Não sei se foi do último mergulho.

Não sei se foi do micro jogo de vólei com a S.
Não sei se foi do último jantar.
Não sei se foi dos gelados.

Não sei se foi das conversas sobre ovos e leite e pudins e bolos de chocolate.
Não sei se foi ...
Não sei...

Não sei do que foi, mas este fim-de-semana, aparentemente banal, foi um dos melhores dos últimos meses.

Não sei do que foi... ou... se calhar... até sei:


A. JF. JM. MCA. MM. N. S. Gervásio
A máquina contribuiu directamente para este post ao não deixar focar a imagem.






Espero, no mínimo, uma lagrimazita, vá!

segunda-feira, julho 11, 2011

ZP

Lembro-me de, conhecendo-os mal, não gostar nada da sua música.
Lembro-me de ter ido ao Festival Galp Energia, em 2003, em que eram cabeças de cartaz.
Lembro-me que, depois disso, durante as semanas seguintes não consegui ouvir outra coisa.

Lembro-me de os ir ver ao Pavilhão Atlântico em 2004, na comemoração dos seus 25 anos.
Lembro-me que não devia ir.
Lembro-me de, por causa disso, ter ficado uma semana a curar a maior gripe que tive até hoje.

Lembro-me que valeu a pena:


Circo de feras


Negras como a noite


Parece que o Zé Pedro dos Xutos voltou e aguentou um concerto inteiro, na passada Quinta-feira, no Optimus Alive, depois de um transplante de fígado.

Em semanas marcadas por uma sucessão de notícias negras, soube bem esta excepção.

domingo, julho 10, 2011

Em directo de... - III

PC...


Para registo futuro:

S. - 2f
A. - 1f 1m
MCA - 2f 2m
JM - 2f
JF - 0; adpt - 2f 1m
MM - 1f